Um dia antes da inauguração do novo prédio da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o edifício Miguel Arraes, os deputados aprovaram nesta quarta-feira (28) a polêmica denominação de ‘governador Eduardo Campos’ para o novo plenário, homenageando também o neto do ex-líder socialista.

Houve apenas dois votos contrários.

A última sessão plenária no histórico Palácio Joaquim Nabuco, que sediou a Assembleia por 142 anos, será nesta quinta-feira (29), quando também será aberto o novo local para as reuniões.

A autoria da honraria foi do presidente da Casa, Guilherme Uchoa (PDT). “Aqui, eu fiz oposição radical à gestão de Arraes.

Mas reconheço o trabalho que Eduardo Campos fez no Governo de Pernambuco”, afirmou. “Tenho um orgulho muito grande de ter acompanhado essa gestão e de ter sido amigo pessoal do ex-governador.” LEIA TAMBÉM » Edilson questiona o porquê de tanta homenagem a Eduardo Campos em Pernambuco » Justificativa de projeto de lei que faz homenagem a Eduardo Campos é cópia de texto da Wikipédia Os únicos votos contrários à homenagem foram de Teresa Leitão (PT) e Edilson Silva (PSOL).

A petista criticou o fato de a votação ter acontecido um dia antes da mudança. “Não é nada contra o ex-governador em si, mas ao modo de funcionamento da política, que não pode continuar sendo este.

Seremos acusados pela sociedade de não fazer o nosso trabalho com esmero”, justificou.

Ela chegou a afirmar que foi “um dos momentos mais difíceis como parlamentar”.

Edilson considerou prematura a homenagem a Eduardo Campos, “Quero que tenhamos o Plenário daqui a 100, 200 anos, homenageando uma biografia como a de Joaquim Nabuco, que continuará sendo reverenciado.

Não é positivo que se ‘pegue’ uma biografia tão jovem.

Podemos estar preparando constrangimentos futuros”, avaliou.

O ex-governador morreu em acidente aéreo no dia 13 de agosto de 2014, em meio à campanha presidencial.

Dois anos depois, a compra do avião foi investigada na Operação Turbulência e o nome do socialista foi citado em delações da Operação Lava Jato.

A divergência sobre o apoio à homenagem mostrou uma divisão na oposição.

O Enquanto Teresa Leitão e Edilson Silva discordaram da denominação do plenário, líder da bancada, Sílvio Costa Filho (PRB), apoiou a escolha. “Se tiver que encerrar minha vida pública porque votei favoravelmente, encerro, pois acho justa a homenagem que a Assembleia Legislativa presta.

Ele foi um grande governador de Pernambuco”, afirmou.

O parlamentar foi secretário de Turismo de Eduardo Campos. » Grupo ligado ao PSL junta 6 mil assinaturas contra nome de Eduardo Campos em novo plenário da Alepe » Alepe esclarece confusão em torno do nome de Eduardo Campos e Joaquim Nabuco Para o ex-líder da bancada governista Waldemar Borges (PSB), “não há nome com maior grandeza”. “Passado o calor dos embates políticos, o distanciamento histórico só vai destacar cada vez mais o que era Pernambuco antes e depois do que ele fez”, justificou.

Quando a iniciativa de homenagear Eduardo Campos foi anunciada, foi iniciada uma polêmica nas redes sociais comparando o nome de Joaquim Nabuco, abolicionista pernambucano, ao do ex-governador.

Por isso, em pronunciamento nesta quarta-feira (28), Guilherme Uchoa fez questão de enfatizar que o imóvel histórico na Rua da Aurora será reformado para ser transformado em um museu.