Durante uma entrevista na Rádio Itaiaia, em Minas Gerais, nesta terça-feira (27), o ex-presidente Lula (PT), afirmou que, se ele for condenado na Lava Jato, “não vale a pena ser honesto no Brasil”.

O petista respondeu após ser questionado sobre sua possível condenação em uma das ações penais que está nas mãos do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância. “Eu, sinceramente, se, tiver uma decisão que não seja a minha inocência, sabe?

Eu quero dizer para você que não vale a pena ser honesto neste País.

E quero dizer que não vale a pena você ser inocente, porque inocente é você não dar aos acusadores o direito de prova, então, eles ficam nervosos e vão te acusar mesmo que não tem provas”, afirmou.

Lula é réu em cinco ações penais e a sentença de uma delas pode sair a qualquer momento.

Moro está com os autos do processo desde o dia 21 de junho, para decidir se o ex-presidente é culpado ou inocente.

Nesse processo, o petista é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter recebido R$ 3,7 milhões em propina por conta de três contratos entre a OAS e a Petrobras.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o pagamento foi realizado por meio da reforma do triplex de GuarujáDefesa de Lula entrega alegações finais no caso do triplex e do presentes recebidos por Lula, da época que e era presidente. “Desafio o Ministério público a provar que o apartamento é meu, que tem um documento, que tem um centavo, que tem R$ 1, que tem um documento assinado, que tem alguma coisa no cartório… ou sejam eu continuo desafiando o Ministério Públcio a apresentar uma prova”, declarou.

Condenação de Palocci Sobre a condenação de 12 anos e 2 meses de Antônio Palocci nessa segunda-feira (26), Lula disse não há provas contra seu ex-ministro. “Palocci foi condenado ontem e não tem nenhuma prova a não ser a delação.

Então, fica palavra contra palavra e a pessoa não pode ser condenada por isso”, disse.

Sobre delação, o ex-presidente ainda acrescentou que “não pode ser avacalhada” e falou que “fomos nós que criamos”. “É um instrumento sério, que fomos nós que aprovamos, nós que criamos, e não pode ser avacalhada, de o cidadão dizer: ‘olham foi fulano de tal’, sem ter nenhuma prova”, criticou.

Com informações do UOL