Estadão Conteúdo - Os procuradores da República, em todo País, elegeram nesta terça-feira (27) a lista tríplice para a cadeira do procurador-geral da República: Nicolao Dino, Raquel Dodge e Mario Bonsaglia, pela ordem, foram escolhidos pela classe em eleição interna promovida pela Associação Nacional dos Procuradores da República.
A lista será levada ao presidente Michel Temer a quem cabe indicar o chefe do Ministério Público Federal.
Nicolao teve 621 votos, Raquel, 587 e Mário, 564.
O presidente não é obrigado a escolher nenhum nome da lista, conforme prevê a Constituição.
LEIA TAMBÉM » Procuradores confiam que Temer deve respeitar lista tríplice na troca de Janot » Temer avalia ignorar lista tríplice na sucessão de Janot Dino é vice procurador-geral Eleitoral e foi responsável pela acusação no caso da chapa Dilma-Temer, quando pediu a cassação do mandato do presidente Michel Temer.
O subprocurador é irmão do governador do Maranhão, o juiz federal Flávio Dino.
Raquel Dodge ficou em segundo lugar (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil) A escolha do sucessor de Janot se dá em um cenário de tensão entre o Ministério Público Federal e o Poder Executivo por conta dos desdobramentos da Operação Lava Jato e da primeira denúncia - de possíveis três - contra Temer oferecida na segunda-feira, 26.
O primeiro colocado da lista tríplice, Nicolao Dino, tem apoio do atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acaba de oferecer denúncia criminal contra Temer por corrupção passiva no caso JBS.
O procurador e o presidente travam um duelo histórico.
Aliados de Temer têm sugerido ao presidente que ignore a lista tríplice dos procuradores, optando por um nome de sua estrita confiança para comandar a instituição nos próximos dois anos.
Janot está no fim de seu segundo mandato, que termina em setembro.
Ele foi indicado pela ex-presidente Dilma nas duas ocasiões para chefiar o Ministério Público Federal.
Em 2015, Janot venceu com 799 votos e ficou à frente de Mario Bonsaglia (462 votos) e Raquel Dogde (402 votos).
Mario Bonsaglia ficou em terceiro lugar (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil) Neste ano, além de Nicolao Dino, Raquel Dodge e Mario Bonsaglia, concorreram ao cargo os subprocuradores-gerais da República Carlos Frederico Santos, Eitel Santiago de Brito Pereira, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, Franklin Rodrigues da Costa e Sandra Verônica Cureau.
A tradição de formação da lista tríplice iniciou-se em 2001.
Segundo a ANPR, “trata-se de um processo que atende ao clamor dos procuradores da República de indicar aquele que acreditam ser o mais preparado para gerir a instituição”.
De 2001 até agora, a lista tríplice para o cargo de Procurador-Geral da República só não foi acatada em sua primeira edição.
A partir de 2003, o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, passou a reconhecer e prestigiar a escolha dos procuradores da República para o cargo de chefe do órgão.
Após o resultado das eleições, a ANPR é a responsável por encaminhar os três nomes mais votados aos presidentes da República, do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, bem como ao procurador-Geral da República e ao Conselho Superior do Ministério Público Federal.