O relatório final do inquérito da Polícia Federal contra o presidente Michel Temer (PMDB) apontou que o peemedebista atuou para obstruir as investigações, segundo o jornal Folha de S.
Paulo.
De acordo com a Folha, o parecer afirma que “ele incentivou a manutenção de pagamentos ilegítimos a Eduardo Cunha, pelo empresário Joesley Batista, ao tempo que deixou de comunicar autoridades competentes de suposta corrupção da Magistratura Federal e do Ministério Público que lhe fora narrado pelo mesmo empresário”.
O documento sobre o inquérito aberto após as delações da JBS foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (26).
LEIA TAMBÉM » Temer praticou crime de corrupção, diz Janot em parecer ao STF » PF conclui que áudio de diálogo de Temer não foi adulterado » PF aponta ‘incólumes evidências’ contra Temer por corrupção passiva O jornal também revelou que a Polícia Federal apontou que houve crimes cometidos pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima, também do PMDB e aliado de Michel Temer.
Geddel teria manifestado interesse em manter pagamentos a Lucio Funaro, apontado como operador do ex-presidente da Câmara, preso há um ano na Lava Jato.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao pedir a abertura do inquérito, havia apontado que Temer consentiu com o suposto pagamento pelo silêncio de Cunha. » Aprovação de Temer cai a 7% e é a pior desde Sarney, diz Datafolha » Senadores decidem se declarar independentes do governo Temer Na semana passada, a Polícia Federal já havia enviado ao Supremo um relatório parcial, em que apontava “incólumes evidências” contra Temer por corrupção passiva.
A PF também concluiu que há mais de 100 interrupções na gravação feita por Joesley Batista de conversa com o presidente, mas que nenhuma delas foi feita por fatores externos, e sim pelo próprio equipamento usado pelo empresário. » Aprovação de Temer cai a 7% e é a pior desde Sarney, diz Datafolha » ‘Gravíssimo’, diz FHC sobre denúncia contra Temer » Ministro defende permanência de Temer por estabilidade econômica Para a Polícia Federal, está claro que Temer indicou o ex-deputado peemedebista Rodrigo Rocha Loures como interlocutor ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, durante a conversa que os dois tiveram no Palácio do Jaburu, em 7 de março.
O ex-assessor de Temer, então, teria atuado em favor dos interesses do grupo J&F em processo administrativo em trâmite no Conselho Administrativa de Defesa e Econômica (Cade), inclusive fazendo ligação para o presidente interino do Cade, Gilvandro de Araújo.