Após repercussão do artigo do ex-presidente Fenando Henrique Cardoso no jornal Folha de S.
Paulo em que defende a saída de Michel Temer (PMDB) da presidência, o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), tomou posição contrária em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta segunda-feira (26).
O tucano defendeu que o governo precisa ter continuidade para não desestabilizar a economia do País. “A falta de continuidade gera um grande prejuízo.
Vamos tentar, todo mundo se esforçar pra cuidar de emprego e renda que é o mais importante”, justificou.
Para o ministro, o País não tem condições de passar por novas eleições agora porque daqui a seis meses começa o processo de escolha de candidatos. “Daqui a 12 meses estaremos em processo presidencial”, alegou. “Há um descontentamento da população, claro; rejeição do governo, ninguém discute.
Mas chegamos até aqui.
A população daqui a seis meses na prática vai estar escolhendo candidato a presidente da República.
Mudam senadores, deputados federais, presidente, governador. É um esforço coletivo”.
Bruno ainda criticou o acordo de delação da JBS, que acentuou a crise política. “Tiveram esses dois irmãos, empresários, que fizeram mega delação e tiveram perdão judicial, que foram viver com seus bilhões de dólares captados pelo dinheiro do BNDES.
E mais de 200 milhões de habitantes ficaram aqui pagando a conta.
Esse sacolejo deu um grande impacto na autoestima econômica, mas se dedicar agora para gerar rendar e emprego”, afirmou.
O ministro chegou a anunciar que iria entregar o cargo após o empresário Joesley Batista, da JBS, a divulgar uma gravação com o presidente supostamente negociando uma ‘mesada’ para o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para não fechar um acordo de colaboração enquanto está na prisão.
Denúncia contra Temer Às vésperas de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar a denúncia contra o presidente ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a Corte encaminhá-la à Câmara, Bruno Araújo prevê que a acusação não passa na Casa.
Para o tucano, a relação que Temer tem com os parlamentares levará à não aprovação do processo. “Ele (Temer) sabe como tratar dessa relação no dia dia.”