Diante de protestos da oposição e de professores na Câmara do Recife na tarde desta segunda-feira (26), a líder do governo na Casa, Aline Mariano (PMDB), pediu a retirada do projeto de lei que concede reajuste salarial a uma parte dos professores.
A proposta faz parte do pacote de mais de 30 matérias enviado pelo prefeito Geraldo Julio (PSB) para a Casa este mês, muitas delas, incluindo essa, chegaram com pedido de urgência.
O PL institui em R$11,50, R$ 11,58 e R$ 11,65 os valores da hora-aula dos professores enquadrados na categoria I, classe A, referências GM1, GM2 e GM3.
O aumento faria com que esses níveis chegassem ao piso do magistério.
Professores foram à Câmara para protestar contra o projeto (Foto: Ivan Moraes/Cortesia) O projeto chegou a ser aprovado na manhã desta segunda-feira (26) em reunião conjunta das comissões de Legislação e Justiça e de Finanças e Orçamento, com voto contrário da líder da oposição, Marília Arraes (PT), e de Rinaldo Júnior (PRB), que apresentaram voto em separado.
A vereadora questiona o fato de três níveis terem reajuste, enquanto outros 12 ficariam sem o aumento.
LEIA TAMBÉM » Câmara aprova cinco projetos do pacote de Geraldo Julio » Projeto de Geraldo Julio sobre Previdência é alvo do Ministério Público de Contas » Geraldo Julio empurra mais de 30 projetos para a Câmara, a maioria com urgência Em transmissão ao vivo da sessão plenária esta tarde, a petista defendeu que o projeto fere o plano de cargos e carreiras da categoria, argumento também usado pelo Sindicato dos Professores Rede Municipal do Recife (Simpere). “É um projeto ilegal, que congela salario de servidor, que esmaga plano de cargos e carreiras”, disse a vereadora. “Esse é o maior símbolo do descaso com a educação que essa gestão tem”.
Aline Mariano alegou que a retirada do projeto da pauta foi para que ele pudesse ser mais discutido.
Foto: Ivan Moraes/Cortesia A vereadora ainda reclamou do número de projetos enviados com urgência por Geraldo Julio.
Para ela, seguiram no “apagar das luzes do primeiro semestre” e “para ser apreciados a toque de caixa”. “É importante que todo mundo fique bem vigilante.
Retirar de pauta não é vitoria, uma vitória seria rejeitar porque o prefeito não poderia enviar de novo o projeto em toda essa legislatura.” Também da oposição, Ivan Moraes (PSOL) defendeu que o projeto só volte à pauta após a mesa de negociação entre a Prefeitura do Recife e a categoria, marcada pra julho. “Demos essa sugestão na Comissão de Legislação e Justiça, na semana passada, e a reforçamos hoje.
Em tempo: hoje, o PL04 não tinha nem parecer votado na própria Comissão de Educação”, afirmou o vereador pelas redes sociais.