Estadão Conteúdo - Com nove inquéritos em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ainda tenta resistir a um processo de renovação da Executiva nacional de seu partido.
Presidente licenciado da legenda, o mineiro já avisou que não pretende renunciar, e seus aliados também buscam postergar a troca de comando na direção partidária para que ele se mantenha no cargo. “O Tasso (Jereissati) tem a confiança de todo o partido.
Interino ou não, a autoridade dele é a mesma.
Não sei por que querem colocar isso (eleição de uma nova Executiva) como prioridade neste momento, não há razão. É uma forma indireta de querer ficar provocando o senador Aécio Neves”, disse o presidente estadual do PSDB em Minas, deputado Domingos Sávio, um dos principais aliados do senador afastado.
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O encontro serviria justamente para que os tucanos sacramentassem uma antecipação da convenção nacional do partido, com o objetivo de eleger o presidente interino e senador Tasso Jeiressati (CE) de forma definitiva.
O que tem causado discórdia, no entanto, é a proposta de renovação de toda a composição da Executiva, e não apenas de seu presidente.
Isso porque estão muito avançadas as articulações para que essa convenção ocorra entre agosto e setembro deste ano, em vez de maio de 2018, como estava inicialmente prevista antes da delação da JBS.
O grupo político do governador Geraldo Alckmin (SP) apresentou uma proposta para que a Executiva ganhe representantes dos governadores e prefeitos do partido.
O que está por trás disso é uma tentativa do tucano de ampliar sua influência.
O prefeito de São Paulo, João Doria, também concorda com a renovação antecipada e ampliada para todas as instâncias partidárias. “Considero a ideia correta e democrática.
A Executiva do partido deve reproduzir sua força legislativa e executiva”, disse ao Estado.
O representante dos prefeitos seria Doria e dos governadores, Marconi Perilo (GO), também aliado de Alckmin.