Agência Brasil - O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (23), em Brasília, que não se pode “demonizar a política”, afirmando, em seguida, que não está na justiça criminal “a resposta de todos os males” do Brasil.

O ministro discursou na abertura de uma palestra, organizada por ele, em um dos plenários do STF, sobre Fraternidade e Humanidade no Direito.

Ele disse que “não há crise institucional no Brasil”, podendo o país “orgulhar-se da democracia que tem”, mas acrescentou ser necessário avançar no que chamou de “redenção constitucional”.

LEIA TAMBÉM » Fachin abre prazo de cinco dias para PGR decidir se denuncia Temer » Não se combate crime cometendo crime, diz Gilmar Mendes no Recife » Gilmar Mendes ameaça todo combate à corrupção, diz procurador da Lava Jato “Nela não está em primeiro plano a atuação hipertrofiada do magistrado constitucional, embora deva, quando chamado, responder com firmeza e serenidade.

Em primeiro plano está a espacialidade da política, dos representantes da sociedade e a própria sociedade”, disse.

Antes, Fachin afirmou que “nenhum juiz com verdadeira vocação condena por ódio”.

O ministro destacou que, ao completar neste mês dois anos de STF, seu gabinete acumula 142 inquéritos penais, 117 dos quais vinculados à Lava Jato, todos envolvendo políticos com prerrogativa de foro no STF como parlamentares e ministros.

Apesar disso, Fachin ressaltou a importância “da democracia representativa, da sociedade, do Parlamento e dos parlamentares, dos agentes públicos que, mesmo nos dissensos, constroem consensos”.