Indicado ao governo Michel Temer (PMDB) pelo deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE), relator da reforma política na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara, o artista Jairo Lima entregou o cargo de representante Norte-Nordeste da Fundação Nacional de Artes (Funarte).

A exoneração foi publicada nesta quinta-feira (22) no Diário Oficial da União (DOU).

Lima colocou o cargo à disposição em carta direcionada ao presidente da Funarte, Stepan Nercessian.

O ex-presidente atendeu a um pedido do parlamentar, de quem é aliado político.

Betinho faz parte do grupo dos ‘cabeças-pretas’ do PSDB, ala do partido que pede o desembarque da gestão de Temer desde a divulgação das delações da JBS, que também atingem o senador tucano Aécio Neves (MG), atualmente afastado das funções legislativas e também da presidência do partido.

Desde que vieram a público as citações ao peemedebista pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, Betinho Gomes e o também deputado da bancada de Pernambuco Daniel Coelho vêm defendendo que a legenda entregue os cargos que possui na estrutura do governo federal.

Hoje o PSDB tem quatro ministros: o pernambucano Bruno Araújo (Cidades), além de Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).

Exonerações Desde essa quarta-feira (21), o Planalto também tem feito uma série de retaliação depois derrota na votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, no dia anterior.

Três indicados do senador Hélio José (PMDB-DF) de órgãos ligados ao Executivo foram exonerados de seus cargos.

A superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no Distrito Federal, Aline Rezende Peixoto, foi exonerada nesta quinta.

Já Vicente Ferreira, do cargo de diretor de planejamento de avaliação da Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste), e Francisco Nilo Gonçalves Júnior, que era superintendente da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) no Distrito Federal, foram exonerados nessa quarta.

A reação do governo ocorreu depois que o senador Hélio José chamou o governo peemedebista de “corrupto”.

Hélio disse ter se sentido ameaçado pelo líder do governo no Senado, Romero jucá (PMDB-RR), e admitiu ter sido influenciado pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), um dos principais críticos das reformas defendidas pelo governo.