Por Cássio Oliveira do Blog de Jamildo Durante seminário no Recife, na manhã desta segunda-feira (19), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, afirmou que não se pode deixar o País “despencar” para um modelo de estado policial. “Não se combate crime cometendo crime”, disse.

Gilmar usou como exemplo o inquérito que tem entre os investigados os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Francisco Falcão e Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, além dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e os ex-ministros José Eduardo Cardozo e Aloízio Mercadante.

Para o ministro, as investigações não irão comprovar que Navarro e Falcão tentaram obstruir a Justiça na Operação Lava Jato. “Temos que questionar: Qual o objetivo de certas investigações?

Em alguns casos, o objetivo é constranger a magistratura, é desacreditar a pessoa.

Não podemos despencar para um estado policial.

Não se combate crime cometendo crime”, disse Gilmar.

Durante o seminário, o ministro afirmou que é preciso impor “limites nas investigações” em curso no País. “Não podemos cogitar investigações feitas na calada da noite”. “Expandiu-se demais as investigações, além do limite.

Qual o objetivo?

Colocar medo nas pessoas. É preciso colocar limites.

Não podemos cogitar investigações feitas na calada da noite.

Arranjos.

Que tem alvo autoridades, como o presidente da República”, argumentou.

Em determinado momento, Gilmar Mendes utilizou do ‘Mensalão’ para fazer uma comparação com as investigações da operação Lava Jato. “Não podemos transigir com abusos.

No mensalão, por exemplo, não lembro de prisão preventiva.

Devemos combater a corrupção dentro da legalidade.

Não se deve utilizar de interceptação telefônica ilegal, nem precisamos fazer ações controladas ilegais”, ressaltou.

A declaração de Mendes foi dada durante o seminário “Brasil, desafio para a governabilidade”, promovido pelo Lide Pernambuco.

A investigação contra Francisco Falcão e Marcelo Navarro foi aberta pelo ex-ministro do STF Teori Zavascki em agosto de 2016, a partir da delação premiada do ex-senador Delcídio do Amaral.

O inquérito apura se a nomeação de Navarro ao STJ, em 2015, pela então presidente Dilma, foi destinada a facilitar a libertação do empreiteiro Marcelo Odebrecht, preso na Lava Jato, por meio de habeas corpus no tribunal.

Ditadura de Promotores Gilmar também defendeu o Congresso Nacional que passa por uma grave crise política. “É preciso respeitar o Congresso.

Vamos sim condenar as más práticas, mas não faremos política sem políticos”, ressaltou.

Sobre um País governado por juízes, Gilmar emendou: “Deus nos livre de uma ditadura de promotores e juízes”.

Gilmar ainda disse que o Brasil está vencendo o “campeonato de instabilidade”. “Passamos por dois impeachments e daqui a pouco podemos discutir um terceiro.

Estamos num alto nível de instabilidade, mas ressalto que não entramos em colapso graças à densidade das nossas instituições”, afirmou. #JCPolitica ‘Que o Congresso não fique de cócoras ante a invasão de outros poderes, inclusive da mídia’, diz @gilmarmendes no Recife. pic.twitter.com/euNUJ9WXQ3 — Jornal do Commercio (@jc_pe) 19 de junho de 2017 Com tema “Brasil, desafios para a governabilidade”, evento conta com a presença de políticos e autoridades como @GeraldoJulioPSB e Jarbas pic.twitter.com/9AFW9ml5yo — Blog de Jamildo (@blogdejamildo) 19 de junho de 2017 O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes participa de seminário no Recife, na manhã desta segunda-feira pic.twitter.com/muAB2OzFwz — Blog de Jamildo (@blogdejamildo) 19 de junho de 2017