Pouco mais de uma semana após o relatório da reforma trabalhista ter sido aprovado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado por 14 a 11, o líder da oposição na Casa, Humberto Costa (PT-PE) reconheceu que a bancada hoje não tem votos suficientes para barrar o projeto do governo Michel Temer (PMDB).

Basta maioria simples para que a proposta passe na Casa e vá a sanção presidencial. “Hoje, se ela fosse votada, até por ser por maioria simples, poderia ser aprovada, com certeza.

Mas tudo que está acontecendo no Brasil nesse momento e a greve geral no dia 30 de junho vão contribuir para que a gente consiga a sua rejeição”, afirmou Humberto Costa nessa terça-feira (14) ao repórter Júlio Cirne, do Sistema Jornal do Commercio.

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Armando Monteiro Neto (PTB) e Fernando Bezerra Coelho (PSB) já defenderam publicamente a proposta.

O relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) não fez alterações ao projeto que chegou da Câmara, mas acordou com o presidente o veto a algumas regras previstas, como em relação ao trabalho intermitente.

Humberto Costa já havia criticado essa decisão e chegou a afirmar que só a ‘Velhinha de Taubaté’, personagem do escritor Luis Fernando Verissimo criada durante a ditadura militar, quando, no governo João Batista Figueiredo, ela acreditava que não existia tortura. » Votação de reforma trabalhista é adiada, com previsão de plenário em junho » PMDB define posição majoritária a favor da reforma trabalhista » Veja como votaram os deputados pernambucanos na reforma trabalhista Apesar de reconhecer que a reforma trabalhista passaria se fosse votada hoje, o senador não acredita que a da Previdência vá ser votada na Câmara - e, então, não chegaria ao Senado. “Acredito que toda a luta que foi desenvolvida por nós e pelos movimentos sociais vai fazer com que ela dificilmente passe”, previu.

Saiba o que prevê a reforma trabalhista Eleições diretas Humberto Costa também admitiu que atualmente não há votos suficientes da oposição para aprovar as duas Propostas de Emenda â Constituição (PECs) que tramitam na Câmara e no Senado para a realização de eleições diretas caso a presidência fique vaga - depois de ser absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Michel Temer é investigado no inquérito que começou por causa das delações da JBS. » Sem quórum, CCJ adia mais uma vez votação da admissibilidade da PEC das Diretas » Partidos lançam frente parlamentar pedindo eleição direta para presidência » Bloco de Carnaval volta às ruas de Olinda para pedir eleições diretas Na semana passada, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a admissibilidade da proposta dessa Casa.

A Câmara, porém, adiou mais uma vez a votação no seu colegiado essa semana. “É uma demonstração de que nós não temos votos suficientes neste momento para aprovar e só teremos esses votos se fizermos uma grande mobilização popular e social, se nos conseguirmos efetivamente que o povo vá às ruas.

Aí eu acredito que existam todas as condições para que nós possamos aprovar essa proposta de eleições diretas”, avaliou Humberto Costa.