Estadão Conteúdo - A Mesa Diretora do Senado retirou o nome do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) da relação de senadores que constam no painel de votações do plenário.
A decisão ocorre após o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), acusar a direção da Casa de descumprir a determinação sobre o afastamento do tucano.
A ordem para que Aécio ficasse longe do Senado foi dada há cerca de um mês, pelo ministro Edson Fachin, que autorizou buscas e operações em endereços do senador na Operação Patmos.
Na terça-feira (13), após encontro com a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, e com o próprio Fachin, Eunício disse que aguardava o detalhamento da decisão. “Comuniquei ao senador Aécio a decisão do STF de afastá-lo.
Não tem previsão regimental, constitucional de afastamento pela Justiça.
Cabe ao ministro Fachin determinar a forma do afastamento e eu cumprirei a decisão complementar”, afirmou Eunício.
Nesta quarta, após ser indagado sobre a retirada do nome durante a sessão pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ), Eunício disse que a medida se deu para “deixar claro” que o Senado não descumpriu a determinação do STF. “Reclamaram tanto, fotografaram tanto, que o Senado que a Mesa Diretora decidiu retirar”, afirmou. “É para deixar bem claro que a Mesa Diretora não descumpriu.
Antes estava bloqueado, agora está apagado.
Não há novidade nisso.” Quando a sessão está aberta, o nome dos presentes aparece com mais destaque, grafado em branco, enquanto o dos ausentes é mostrado como se estivesse apagado.
No caso de Aécio, o nome continuava a aparecer no painel mesmo após a decisão, mas foi retirado na sessão de hoje.
O site do Senado também foi atualizado com a retirada do nome de Aécio Neves da lista de senadores em exercício.
O nome do parlamentar, agora, é o primeiro da relação de parlamentares fora de exercício e consta como “afastamento por decisão judicial”.
Aécio foi afastado do cargo de senador no dia 18 de maio, após a deflagração da Operação Patmos.
O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República e acatado por Fachin.
Depois disso, o processo foi redistribuído a Marco Aurélio.
A PGR também pede a prisão do senador tucano.
O tucano é acusado pelos crimes de corrupção e obstrução de Justiça.
Ele foi gravado pelo empresário Joesley Batista, do grupo JBS, pedindo propina e falando em medidas para barrar o avanço da Operação Lava Jato.