O líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), criticou nesta terça-feira (13) o PSDB por ter se mantido na base aliada de Michel Temer (PMDB).

A decisão foi tomada pelos tucanos nessa segunda-feira (12), três dias após a absolvição do peemedebista e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em ações movidas pela legenda, que foi derrotada em 2014.

Para o senador, o fato de a legenda continuar no governo foi um “acordão de sobrevivência costurado com Temer”, para manter o mandato de Aécio Neves (MG), que, investigado, foi afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Aécio Neves está afastado do comando do partido, por decisão dos seus pares, e do próprio mandato, por decisão da Justiça.

Para que ele não seja cassado com os votos do PMDB, os tucanos decidiram manter o apoio a Michel Temer.

Em troca, ainda mantêm os ministérios, os cargos e outras vantagens que vêm recebendo fartamente do Planalto”, afirmou Humberto Costa.

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O Ministério Público e a Justiça estão no calcanhar desse governo e, não demora muito, Temer vai cair de um jeito ou de outro.

Se não renunciar, será agarrado pela lei.

E, quando cair, vai levar junto o PSDB, que é mentor, patrocinador, fiador e partícipe dessa camarilha que tomou o Brasil de assalto.” Aécio foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça.

A Operação Patmos, desencadeada no dia 18 de maio, pegou o senador, segundo a Procuradoria, extorquindo.R$ 2 milhões do empresário Joesley Batista, acionista da JBS.

Além de Aécio, a Procuradoria-Geral da República acusa sua irmã, Andréa Neves, um primo dele, Frederico Pacheco, o Fred, e um ex-assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG).

O ministro Marco Aurélio Mello, STF, informou nessa terça-feira (13) que levará o pedido de prisão contra Aécio Neves para julgamento na Primeira Turma da Corte na próxima terça-feira (20).