Duas semanas após a nomeação de quatro ex-prefeitos derrotados nas últimas eleições para cargos comissionados no governo Paulo Câmara (PSB), o deputado Álvaro Porto (PSD) criticou o espaço dado para os aliados pelo socialista em pronunciamento na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta terça-feira (13). “Queremos e merecemos saber quando o governo vai deixar de culpar a crise pela sua ineficiência ao mesmo tempo em que superlota a máquina para formar palanque para 2018”, afirmou o parlamentar, que citou o Blog de Jamildo em seu discurso. “Aliar-se ao governo tornou-se um bom negócio.

Mesmo para quem está com pendências no Tribunal de Contas o cargo foi garantido.

Isso mostra bem o critério usado nas nomeações”, ironizou o deputado.

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Desde o início do ano, Paulo Câmara já havia acomodado outros aliados derrotados no ano passado, como Yves Ribeiro (PSB), ex-prefeito de Paulista e outras cidades da área norte da Região Metropolitana, que ganhou o cargo de gerente de assuntos estratégicos da Secretaria de Desenvolvimento Social. “Se há tanto arrocho, o que explica a criação de espaço para ex-prefeitos no governo?”, questionou Álvaro Porto. » Aliado leva para a Alepe parecer do TCE negando “pedaladas” de Paulo Câmara » Após racha no PSB, FBC faz afago a Paulo Câmara no Senado » Bancada federal se reúne com Paulo Câmara e faz cobranças sobre obras hídricas O deputado ainda afirmou que a base aliada de Paulo Câmara na Assembleia tenta “naturalizar que há muito é condenável”. “Quando trouxemos o tema das contratações aqui, em março deste ano, governistas recorreram a clichês para minimizar o escândalo das contratações.

Afirmaram que todo governo é composto por partidos e que a acomodação de aliados em cargos é algo que rege a política em todos os níveis”, disse. “Destacaram até que meu partido é governista e que se eu não fui contemplado com cargos era problema meu.

Como se eu tivesse me filiado ao PSD em troca de cargos”.

O parlamentar lembrou que, em março, havia denunciado que os aliados nomeados para o Governo do Estado custavam R$ 2 milhões mensais aos cofres públicos. “As escolhas e as prioridades do governo estão bem claras.

Solucionar problemas que se tornaram crônicos nestes dois anos e meio não se consegue.

Todavia, para recorrer à estrutura da máquina estadual para abrigar ex-prefeitos e outros inúmeros aliados o governo esbanja eficiência.”