Integrante da ala jovem tucana — um dos “cabeças pretas”— o deputado federal Daniel Coelho (PE) se mostrou bastante insatisfeito com decisão do PSDB de permanecer na base aliada do governo de Michel Temer (PMDB).
Para o tucano, a permanência criou um racha no partido. “Foi tomada uma decisão que não foi levada a voto e ficou evidente que existe uma maioria com vontade de deixar o governo.
Está clara a divisão de opiniões e até o racha no partido”, disse o pernambucano ao Blog de Jamildo, na manhã desta terça-feira (13). » Daniel Coelho assina pedido de impeachment de Temer Principal fiador de Temer no Congresso Nacional, o PSDB decidiu na noite dessa segunda-feira, 12, em reunião ampliada da executiva nacional e de demais lideranças do partido, que vai permanecer na base aliada.
Os tucanos adotarão o discurso de que não podem desembarcar agora do governo, sob o argumento de que um eventual rompimento com Temer poderia prejudicar a aprovação das reformas da Previdência e trabalhista.
Ouça a entrevista na íntegra: Para Daniel Coelho, dificilmente o rompimento atrapalharia a reforma trabalhista.
Segundo ele, “todos querem aprová-la”.
Já a reforma da Previdência, segundo o parlamentar, deve ser afetada, pois não tinha ainda votos suficientes.
Sobre o futuro do PSDB no Congresso, Daniel Coelho afirmou que será formado um bloco parlamentar dentro da sigla para atuar de forma independente. “Acho equivocado continuar dando suporte a um governo que, com todas as evidencias, é tão corrupto quanto o de Dilma Rousseff e do PT”, ressaltou.
O deputado também concedeu entrevista à Rádio Jornal, onde falou sobre a denúncia que deve ser apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Temer.
Para Daniel, os deputados que querem o desembarque, devem votar, mesmo que seja contra a decisão do partido, para que Temer seja investigado. “Vamos ter um momento onde deputados vão se posicionar já que tudo indica que venha a voto o pedido de investigação da PGR contra o presidente Temer e esses deputados que querem o desembarque devem trabalhar de forma coesa para que a investigação seja aberta. “Esse governo acabou e está totalmente perdido no aspecto moral e ético. É triste ver se repetindo o que ocorreu no governo de Dilma”, disse.
Por fim, Daniel defendeu que mesmo contrário ao posicionamento do PSDB, não é momento de se pensar em sair do partido: “isso seria egoísmo”.
Esse não é o momento de ficar pensando em partido ou projeto partidário.
Acho que parlamentares devem contribuir numa luta interna ao invés de procurar caminho fácil.
Minha posição é de divergência, respeito quem quiser sair e temos janela em abril, mas minha visão é de trazer o PSDB para o rumo”, ressaltou. “Pensar em partidos na hora que o Brasil está vivendo sua maior crise é egoísta, temos que pensar em fazer o Brasil sai desse lamaçal”, concluiu o tucano.