O PSDB de Pernambuco deve defender a permanência da sigla na gestão de Michel Temer (PMDB), durante reunião da executiva nacional do partido nesta segunda-feira (12), em Brasília.

Os tucanos afirmam que a crise que atinge o País, neste momento, exige grande “responsabilidade” da legenda para com o Brasil.

Para a presidente do PSDB Mulher-PE e integrante da executiva nacional, deputada Terezinha Nunes, o PSDB não deve tomar nenhuma decisão que “agrave ainda mais o quadro caótico do País” e, por consequência, “contribuir para a desestabilizar um presidente, constitucionalmente empossado, sem ter a menor ideia do que será posto em seu lugar”.

Leia mais: » Temer apela a Alckmin e Doria para manter PSDB » Vereador do PSDB defende cassação da chapa Dilma-Temer e eleições indiretas “Neste momento de crise e perplexidade o povo brasileiro e o seu futuro estão acima de partidos e até do presidente que até aqui vem nos governando após o impeachment da ex-presidente Dilma.

O mais confortável, nesse momento, seria jogar para a plateia e entrar na oposição.

O PSDB, porém, tem responsabilidade e, mesmo correndo o risco do desgaste, precisa agir com a cabeça fria.

O radicalismo pode nos jogar num buraco cada vez maior”. defende a tucana.

Terezinha acrescenta, ainda, à posição que defenderá na reunião desta segunda, que o PSDB deve “apoiar e ajudar a aprovar as reformas e deixar com a justiça a tarefa de punir os culpados por todo esse infortúnio em que estamos metidos, sejam eles quem forem”.

Presidente do PSDB em Pernambuco Foto: João Bita / Alepe O presidente do PSDB de Pernambuco, deputado estadual Antônio Moraes, também defendeu a permanência tucana na gestão de Temer.

A posição do presidente foi endossada pelo deputado federal Guilherme Coelho (PSDB-PE). “Precisamos apoiar o presidente para que junto com nossos ministros possamos colocar nosso país no rumo certo.

Temos muito o que fazer pelo país e pelo nosso Nordeste”, frisou o parlamentar no mesmo tom do que defende o presidente do ITV-PE, o ex-governador Joaquim Francisco: “Temos responsabilidades com o País nessa hora de graves incertezas”.

DIVERGÊNCIA Diferentemente do pensamento de Terezinha, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE) vem defendendo a renúncia de Michel Temer (PMDB) e a saída de todos os tucanos do governo.

Atualmente, quatro políticos participam da gestão, incluindo o pernambucano Bruno Araújo, na pasta de Cidades. “Está claro que Temer perdeu as condições de governar”, afirmou durante entrevista à Rádio Jornal no último dia 19 de maio.

Para Daniel, os áudios feitos pelo executivo da JBS Joesley Batista indicam crime por parte do presidente: “Temer, no mínimo, escutou um criminoso confesso e não fez absolutamente nada”, declarou.

O tucano criticou a permanência do partido nele no Governo Federal: “Eu sempre fui contra a particiopção dos ministros no governo.

Eu espero que o PSDB entre em acordo e veja que não tem condições de continuar no governo”, disse.

Temer apela a Alckmin e Doria para manter PSDB Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil Michel Temer apelou ao governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, e ao prefeito, João Doria, para que eles trabalhem no sentido de esvaziar o caráter deliberativo da reunião da Executiva ampliada do PSDB, que pode definir a saída dos tucanos da base aliada ao Palácio do Planalto.

Após a vitória de Temer no julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sexta-feira, 9, o presidente, por meio de aliados e ministros do PSDB, pediu a Doria e a Alckmin que deem mais tempo a ele para reorganizar sua base e mostrar que o governo ainda tem força para aprovar as reformas defendidas pelo prefeito e pelo governador, principalmente a da Previdência.

Dentro do próprio PSDB é dado como certo que Temer não conseguirá fazer as reformas sem o apoio dos tucanos.

O medo de Temer é de que a saída do PSDB do governo crie um “efeito manada”, na expressão de um senador do PMDB próximo a Temer, às vésperas de a Câmara dos Deputados analisar uma eventual denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente.

Ou seja, a saída dos tucanos pode motivar outros partidos a seguir o mesmo caminho.

Na avaliação do Planalto, se os dois tucanos paulistas trabalharem para esvaziar a reunião de hoje ou para cabalar votos pela permanência do PSDB na base, a vitória de Temer estará garantida na Executiva, que tem 17 membros, caso haja uma votação deliberativa.