O balanço de um ano de gestão da Arena de Pernambuco pelo governo Paulo Câmara (PSB), através da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer, não é positivo financeiramente.
Desde 10 de junho do ano passado, houve um prejuízo de cerca de R$ 7 milhões.
Apesar de a redução de custos ser exaltada pelos socialistas por ter chegado a 58% em comparação com os valores informados pela Odebrecht, passando de aproximadamente R$ 2 milhões mensais para R$ 840 mil por mês, as receitas não acompanham esses valores e têm uma média de R$ 200 mil.
Diante do prejuízo, o secretário de Turismo, Felipe Carreras, afirmou: “Nós temos um papel social, não somos para dar lucro.
Nós somos para funcionar bem e com produto de qualidade”, defendeu.
LEIA TAMBÉM » Estado obtém liminar na Justiça e suspende discussão sobre recomposição financeira da Arena Pernambuco » Arena: delator da Odebrecht pede para ser investigado no STF, junto de Paulo e Geraldo » Delator da Odebrecht diz que foi procurado por Eduardo Campos sobre Arena Pernambuco Ele culpou a crise econômica pelo resultado, alegando que, no momento de dificuldades econômicas, há um recuo da iniciativa privada para apoiar os eventos. “É um momento difícil, é sensível, o investidor privado está retraído com tudo que está acontecido.
Então, o momento é o pior para um ambiente de negócios no Brasil”, disse.
Carreras não prevê se a Arena chegará a ter equilíbrio financeiro e deixará de gerar custos aos cofres públicos. » Governo Paulo Câmara quer acabar com “pragas, ratos e escorpiões” da Arena Pernambuco » Três empresas têm interesse em estudo para licitação da Arena de Pernambuco » Um ano após Paulo Câmara romper contrato com Odebrecht, Arena Pernambuco ainda não voltou para gestão privada Em 2015, o balanço financeiro anual apontou um prejuízo de R$ 10 milhões.
Ao longo dos doze meses de 2014, o valor foi de R$ 24,4 milhões e em 2013, R$ 29,7 milhões.
Licitação em um ano O governo ainda deverá administrar a Arena de Pernambuco por mais um ano.
Hoje, três empresas estão elaborando um estudo de viabilidade para definir qual seria a forma de contrato com a iniciativa privada menos onerosa aos cofres públicos.
Essa análise deverá ser entregue até o fim de outubro e a previsão da secretaria é de iniciar a licitação no fim do ano, repassando a gestão à nova empresa no fim do primeiro semestre de 2018.
Os estudos vão custar R$ 2,2 milhões e deverão ser pagos pela nova concessionária.
A Arena foi inaugurada em 2013, antes da Copa das Confederações, e foi administrada pela Odebrecht até o ano passado, mas a previsão inicial do contrato era de que a concessão fosse de 30 anos.
O acordo foi rompido unilateralmente pelo governo, após recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O custo, segundo a gestão estadual, foi de R$ 479 milhões. » Quem vai assumir a Arena Pernambuco nessas condições? » Cartel na Arena de Pernambuco é investigado pelo Cade » Oposição a Paulo Câmara na Alepe diz que investigação interfere no futuro da Arena A rescisão contratual entre o governo com a Odebrecht foi feita de maneira consensual e irá custar R$ 246,8 milhões aos cofres do Estado.
O valor será pago em um prazo de 15 anos.
A Operação Fair Play investiga se houve superfaturamento de R$ 48,7 milhões no empreendimento.
Em delação premiada no âmbito da Lava Jato, o ex-diretor da empreiteira no Nordeste João Pacífico afirmou que houve formação de cartel na licitação, o que já era investigado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) desde o acordo de leniência fechado com a Andrade Gutierrez.
Apesar das investigações, Carreras diz que não haverá dificuldades para conseguir um novo parceiro para a administração da Arena.
O secretário afirma que o governo foi procurado por empresas internacionais interessadas em assumir a gestão.