Quarto a votar, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Tarcísio Vieira foi o terceiro a divergir do relator e votar contra a cassação da chapa Dilma-Temer nesta sexta-feira (9).
O ministro reconheceu que havia um esquema de propina na Petrobras, mas afirmou que não se pode provar que esses recursos compuseram as doações de empresas contratadas pela estatal para a campanha de 2014. “A Justiça Eleitoral dê-se a mão à palmatoria: não verticalizava o controle dessas doações”, afirmou Vieira no seu voto.
O ministro afirmou que “não houve qualquer declaração categórica” de que os recursos de propina anteriores foram usados na campanha julgada pelo tribunal. “Os depoimentos de Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) e Alberto Youssef (doleiro condenado por fazer entregas de propinas principalmente para o PP) nada dizem sobre o financiamento eleitoral de 2014.
As testemunhas nada mencionam sobre efetivos ingressos financeiros na campanha eleitoral de 2014”, disse no voto.
Vieira lembrou que Youssef reconheceu que os recursos ilícitos poderiam ser usados em outras campanhas, mas não soube se os negociados em 2010 e 2012 chegaram à eleição seguinte.
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Na avaliação dele, os recursos foram contabilizados na prestação de contas. “Aqui, ao meu ver, o processo se dava inverso ao de uma lavanderia: o dinheiro entrava limpo e saía sujo”, disse, ao citar o depoimento do senador cassado Delcídio do Amaral (ex-petista), que afirmou que as gráficas poderiam ser usadas para corrupção.
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