A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, por 14 a 11, nesta terça-feira (6), o relatório da reforma trabalhista proposta pelo governo Michel Temer (PMDB).

A proposta que passou para outros dois colegiados da Casa repete a que veio da Câmara dos Deputados após um acordo para que o presidente vete alguns pontos.

Para o líder da oposição, Humberto Costa (PT-PE), porém, não é possível acreditar no peemedebista. “Eu acho que só quem acredita hoje no presidente Temer é aquela personagem de Luis Fernando Verissimo, a Velhinha de Taubaté”, chegou a afirmar durante a reunião.

A personagem citada foi criada pelo escritor ainda durante a ditadura militar, quando, no governo João Batista Figueiredo, ela acreditava que não existia tortura.

Depois disso, a “velhinha” confiou em Fernando Collor (agora senador pelo PTC de Alagoas) durante o processo de impeachment.

Em 2005, no processo do mensalão, Veríssimo anunciou a sua morte em uma crônica para mostrar sua indignação com as denúncias de corrupção.

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Se ele ainda estiver no governo, talvez ele não participe como presidente da procissão de Corpus Christi.

Eu duvido que nós possamos confiar na palavra ou no entendimento que esse cidadão possa fazer”, disse Humberto Costa após citar a personagem.

Entre os pontos em que o relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) sugere veto está a regra que prevê o contrato intermitente e pede edição de uma medida provisória com salvaguardas ao trabalhador e regulamentação de setores que poderão usar esse tipo de contrato.

Sobre o trabalho insalubre, o relatório pede veto à mudança que permitiria trabalho de gestantes e lactantes de locais com insalubridade “moderada” ou “mínima”.

O senador lembrou que Michel Temer está sendo julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - junto à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), no processo em que a chapa é acusada de abuso de poder econômico e político nas eleições de 2014. “Um governo como esse, que mandou essa proposta para o Congresso Nacional, para o parlamento votar sem ter a mínima legitimidade para promover tantas mudanças na vida da população brasileira.

Não é algo razoável que nós aqui venhamos a dar continuidade a essa discussão, a esse debate e a essa votação.” Saiba o que prevê a reforma trabalhista