Por Giovanni Sandes da Coluna Pinga-Fogo, Jornal do Commercio João Antônio Pacífico, o principal delator da Odebrecht em Pernambuco e no Nordeste, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir que a sua delação sobre a Arena Pernambuco não seja enviada para a Justiça Federal no Estado, mas sim ao inquérito 4.292 – o que investiga o governador Paulo Câmara, o prefeito Geraldo Julio, o senador Fernando Bezerra Coelho e o deputado Tadeu Alencar, todos do PSB. É que o STF separou o caso em duas partes: no Supremo está o “núcleo político”, nomes com foro privilegiado; e na Justiça Federal do Estado estão os executivos da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, o “núcleo econômico” do caso Arena.

Só em Pernambuco Pacífico delatou o ex-governador e ex-presidente do PSB, Eduardo Campos, já falecido; o ex-senador e ex-presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra; e o ministro das Cidades, Bruno Araújo.

Isso entre 11 nomes da política estadual, sem falar nas delações que atingiram outros estados da região, como Rio Grande do Norte e Bahia.

O caso da Arena Pernambuco atinge a cúpula do partido em Pernambuco e no País: Paulo Câmara, sucessor de Eduardo, é vice-presidente nacional do PSB e o prefeito é secretário nacional da sigla.

Trecho de resposta de Janot a Pedido de João Pacífico, na Pet. 6839.

Imagem: reprodução Soterrado de casos penais, na Lava Jato, o STF tem velocidade muito mais baixa.

A aposta de João Antônio Pacífico, dessa forma, é na prescrição – a extinção do processo sem punição.

O caso de Pacífico, no entanto, já foi enviado à primeira instância pela Petição 6.839, no bojo da Delação do Fim do Mundo.

Ele então pediu ao ministro relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin, que reconsiderasse.

E Fachin deu vistas para o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, opinar: Pacífico deve ficar no STF com os políticos do PSB?

Sexta, dia 2, Janot disse que Pacífico deveria ficar no “núcleo econômico” – mas que uma cópia da delação fosse enviada ao ministro Celso de Mello, o relator do inquérito que investiga o núcleo político da Arena no STF.

Agora só falta Fachin decidir.