Estadão Conteúdo - Cerca de 1 hora e 30 minutos antes do início das audiências do patriarca da Odebrecht, Emílio Odebrecht, e do executivo da empreiteira Alexandrino Alencar, os advogados do ex-presidente Lula entraram com um habeas corpus, com pedido liminar, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) para cancelar os depoimentos.
As audiências estavam marcadas para começar às 14 horas desta segunda-feira (5) e começaram no horário previsto.
LEIA TAMBÉM » Pedro Corrêa rebate Lula e exibe fotos com o ex-presidente a Moro » Lula teria comprado apoio da base, diz força-tarefa da Lava Jato » Ministério Público pede prisão de Lula e pagamento de multas de R$ 87 milhões O advogado Cristiano Zanin Martins argumenta que o juiz federal Sérgio Moro “deu ciência às partes” nesta segunda sobre documentos juntados pelo Ministério Público Federal sobre delações de executivos do grupo Odebrecht.
Segundo a defesa, há “impossibilidade de análise do material até as 14 horas”.
A solicitação para o adiamento dos depoimentos havia sido feita a Moro, que negou.
A defesa foi, então, ao TRF-4. “O pedido está baseado na violação das garantias do contraditório, da ampla defesa e da paridade de armas”, diz a defesa em nota. » Defesa de Lula diz que Lava Jato ignora provas e usa teorias ilegais » Lula avalia que Temer ganhou sobrevida » Lula rebate acusações de Joesley Batista e diz que PT precisa radicalizar “Seja concedida a medida liminar para determinar o cancelamento da audiência agendada para o dia 5 de junho de 2017, às 14h00, na qual serão colhidos os depoimentos de Alexandrino de Salles Ramos Alencar e Emílio Alves Odebrecht”, pediu a defesa. “Caso não haja apreciação do pedido antes da realização da audiência em tela, requer-se seja declarada a nulidade do ato e a sua imprestabilidade para a instrução do processo, com o desentranhamento dos autos.” Os executivos da Odebrecht prestam depoimento em ação penal sobre propinas pagas pela empreiteira, no esquema que seria liderado pelo ex-presidente.
Os valores teriam chegado a R$ 75 milhões em oito contratos com a Petrobras e incluíram terreno de R$ 12,5 milhões para o Instituto Lula e cobertura vizinha à residência de Lula em São Bernardo de R$ 504 mil.