Uma semana depois de se antecipar ao governador Paulo Câmara (PSB) e ir meia hora antes pedir recursos ao ministro Helder Barbalho (Integração Nacional), o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) usou seu pronunciamento desta segunda-feira (5) no Senado para se redimir do gesto político que deixou explícito o racha no partido.
No plenário, elogiou as ações tomadas pela gestão correligionário diante da situação de emergência em 27 municípios por causa dos efeitos das chuvas.
Não é de agora que os dois estão em grupos opostos.
FBC fez questão de citar o governador. “O número de desabrigados e desalojados já ultrapassa a marca dos 43 mil pernambucanos, mas é importante aqui que se registre o esforço do Governo do Estado, na pessoa do senhor governador Paulo Câmara, que vem liderando um gabinete de crise, instalado no Palácio do Campo das Princesas”, afirmou.
O senador também agradeceu a Barbalho pela liberação de recursos para o Estado - foram mais de R$20 milhões para Pernambuco e R$ 12 milhões para Alagoas.
Mas Fernando Bezerra Coelho também aproveitou para fazer um elogio a si mesmo.
No mesmo pronunciamento, afirmou que está em contato com novo presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, para tentar viabilizar o empréstimo de R$ 600 milhões pedido por Paulo Câmara.
O valor já havia sido solicitado antes para outras obras, mas, com as enchentes na Mata Sul, parte poderá ser destinada às obras de quatro barragens que foram prometidas nas cheias de 2010 e estão paradas na região.
O senador também lembrou que foi ocupou o cargo de Helder Barbalho no início do governo Dilma Rousseff (PT) - ele deixou o cargo em 2013, quando o PSB desembarcou da base aliada por causa da candidatura de Eduardo Campos à presidência. “O presidente Lula e, na sequência, a presidente Dilma viabilizaram recursos para esses sistemas de barragens de prevenção de novas enchentes”, disse o aliado de Michel Temer (PMDB). “Eu tenho a alegria de dizer que, como Ministro da Integração Nacional, nós empenhamos recursos para a construção dessas barragens no total de, aproximadamente, R$303 milhões durante a nossa gestão no Ministério da Integração Nacional.
Até o momento, depois da minha saída, apenas R$36 milhões foram empenhados para a consecução dessas importantes cinco barragens que previnem as enchentes na Mata Sul e em parte do Agreste de Pernambuco.”