AFP - O Brasil se tornou uma central de boatos e hipóteses sobre as possíveis saídas para a crise iniciada pela divulgação de gravações e documentos que complicam a vida do presidente Michel Temer (PMDB).
O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma investigação a pedido da Procuradoria Geral da República, que acusa Temer de obstrução à justiça, participação e uma organização criminosa e corrupção passiva.
O presidente é objeto ainda de quase 20 pedidos de impeachment.
LEIA TAMBÉM » Julgamento da chapa Dilma-Temer está mantido para o dia 6 de junho » Julgamento da chapa Dilma-Temer vai discutir validade de depoimento de delatores » Novo ministro da Justiça já defendeu cassação da chapa Dilma-Temer no TSE O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começará a julgar na terça-feira uma denúncia de financiamento ilegal da campanha de 2014, quando a chapa Dilma Roussef-Michel Temer foi reeleita.
Temer, de 76 anos, chegou ao poder após o impeachment de Dilma Rousseff no ano passado. » Temer diante do fantasma da cassação da chapa da eleição de 2014 Mecanismos de sucessão Se Temer renunciar ou for destituído, a Constituição prevê - por já ter superado dois anos de mandato - uma eleição indireta, no Congresso, em um prazo de 30 dias.
O sucessor deverá completar os quatro anos de mandato, até o fim de 2018.
Durante os 30 dias o país seria governado, a princípio, pelo presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), investigado na operação Lava Jato, assim como dezenas de congressistas. » Mesmo com crise política, confiança da indústria cresce e atinge maior nível desde 2014 Cenários Justiça eleitoral (TSE) O TSE retomará em 6 de junho o debate sobre quatro denúncias apresentadas entre 2014 e 2015.
O julgamento deve durar três dias, mas qualquer magistrado do tribunal pode pedir vista, o que provocará o adiamento, e as sentenças podem ser objetos de recursos. » ‘TSE não é instrumento para solução de crise política’, diz Gilmar Mendes Se o TSE cassar a chapa Dilma-Temer de 2014, terá que definir se Temer é afastado do cargo imediatamente ou se pode permanecer na presidência até esgotar os recursos no mesmo tribunal e no STF.
Justiça penal Um caminho aberto com a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral.
Mas o STF deve obter a autorização da Câmara por maioria de dois terços para poder avaliar a mesma.
No entanto, uma denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot provocaria um grande desgaste para Temer, mesmo antes de o STF eventualmente decidir se a aceita.
Caso o STF receba autorização para julgá-lo, Temer só seria afastado do cargo se fosse considerado culpado após o julgamento. » Nem ‘coxinha’, nem ‘mortadela’, pesquisa mostra pragmatismo e pouca ideologia entre eleitores das classes C e D Renúncia Temer descartou esta possibilidade e aposta em permanecer no poder, apesar de sua situação frágil.
Integrantes da coalizão de governo articulam cenários possíveis caso a situação piore. » Desilusão política marca visão de mundo dos eleitores da periferia Impeachment É um caminho que pode demorar vários meses.
Se algum dos pedidos de impeachment for aceito, terá que passar por comissões e ser aprovado por maioria de dois terços na Câmara e no Senado.