A senadora paranaense Gleisi Hoffmann, que responde a processo da Operação Lava Jato, foi eleita neste sábado (3) em Brasília como a nova presidente do PT, com 367 votos.
Ela substitui Rui Falcão, que ficou seis anos no cargo e será a primeira mulher a comandar o partido.
Gleisi assume o comando do partido pelos próximos dois anos após um período em que, em pouco mais de três anos, o partido venceu sua quarta eleição presidencial consecutiva, foi alvo de um impeachment que tirou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) do poder e viu algumas de suas principais lideranças presas ou investigadas pela Operação Lava Jato.
LEIA TAMBÉM » Corrente de Lula escolhe Gleisi Hoffmann para presidir o PT » Sem Lula, Gleisi é cogitada para presidir PT » Gleisi Hofmann sugere que mulheres façam greve de sexo Durante seu discurso após o anúncio de sua vitória, a senadora relembrou outros presidentes do PT, entre eles José Dirceu.
Quando o nome dele foi mencionado, militantes gritaram “Dirceu, guerreiro do povo brasileiro”. “Tenho uma grande responsabilidade por ser a primeira mulher a presidir o PT”, afirmou Gleisi.
A petista defendeu sua candidatura e disse que o partido não vai ficar “enumerando” seus erros para que sejam explorados pela “burguesia”. “Nós fazemos o resgate dos nossos erros na prática”, afirmou.
Ela também afirmou que faltou ao partido uma “entrada maior” nos movimentos sociais, principalmente nos da juventude. » STF ratifica abertura de ação penal contra Gleisi Hoffman e Paulo Bernardo Mesmo assim, segundo a senadora, “não teve, em 500 anos de história do nosso País, governos melhores que os do PT”, enfatizou.
Desde a saída de Dilma da presidência, Gleisi Hoffmann e outros nomes de peso do PT têm sido favoráveis a realização de eleições diretas para presidente.
Seja um pleito antecipado ou em 2018, quando o ex-presidente Lula (PT) deverá ser o candidato do partido.
Filiada ao PT desde 1989, Gleisi Hoffmann foi ministra da Casa Civil entre 2011 e 2014, no governo Dilma Rousseff.
A senadora disputava a presidência do PT com um colega de bancada, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que teve 226 votos, e com o pernambucano José de Oliveira. » Ministro do STF autoriza abertura de mais um inquérito contra Gleisi Hoffmann Alvo do processo na Lava Jato A senadora é ré no Supremo tribunal Federal (STF) desde setembro de 2016, quando os ministros da 2ª Turma aceitaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) acusando a petista e seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, de receberem de forma ilegal R$ 1 milhão para a campanha dela ao Senado em 2010. » Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo tornam-se réus no STF Segundo a PGR, o dinheiro teria origem no esquema do chamado Petrolão, investigados pela Operação Lava Jato, e teria sido repassado à campanha com o objetivo de manter no cargo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, hoje um das principais delatores do esquema de corrupção na estatal.
Gleisi e Paulo Bernardo negam qualquer participação em irregularidades.
Os advogados de defesa do casal afirmam que a denúncia não traz provas e se baseia em “meras conjecturas”. *Com informações do portal UOL