Os fundos do prédio da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) bem que poderiam estar sendo usados para que o cidadão possa usar as margens do rio para viver a sua cidade, como sentar em um banco e apreciar o fim da tarde.
Em vez disto, a área serve de estacionamento.
No entanto, um breve recuo poderia ajudar na criação de um espaço para acesso público.
Da mesma forma, na mesma faixa de terra, invadiram a beira do rio vários órgãos públicos, como Justiça Federal, Polícia Federal, Justiça do Trabalho.
Geraldo Julio está certo em tirar do papel o projeto do parque Capibaribe.
Na torre, para fazer a ligação entre o Jardim dos Baobas e o novo trecho, terá que negociar com vários donos de imóveis privados que invadiram a beira do rio. Ótimo.
Mas deveria começar dando o exemplo.
Na manhã desta quinta, em solenidade às margens do rio, no fim da Rua das Pernambucanas, o prefeito Geraldo Julio autorizou o início da obra da Via Parque. “Já temos o Jardim do Baobá e agora vamos abrir outro trecho do parque para toda a cidade, é um espaço para as pessoas curtirem o Rio Capibaribe”, disse Geraldo Julio.
Lançado em 2013, o Parque Capibaribe é um projeto da Prefeitura do Recife para implantar áreas de lazer e convivência ao longo de 30 quilômetros de margens do rio (15 quilômetros de cada lado), até 2037.
O Jardim do Baobá, primeira etapa do parque, tem cem metros de extensão e foi inaugurado em setembro do ano passado, nas proximidades da antiga Estação Ponte d’Uchôa.
A segunda etapa do Parque Capibaribe, nas Graças, Zona Norte do Recife, teve a obra iniciada e vai abrir para a cidade as margens do Rio Capibaribe da Ponte da Torre à Ponte da Capunga.
Com 950 metros de extensão, a Via Parque, no futuro, será interligada ao Jardim do Baobá, primeiro trecho inaugurado do parque, também nas Graças.
O arquiteto Romero Pereira, secretário-executivo de Projetos Especiais da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Recife, disse que a PCR está trabalhando na elaboração do projeto desse caminho entre o Jardim do Baobá e a Ponte da Torre, que tem 400 metros de extensão, e negociando recursos.
A intenção é concluir a proposta até o fim deste ano.
A obra de implantação da Via Parque está prevista para ser executada em 18 meses e custará R$ 26.574.446,75, recursos do Ministério das Cidades.
De acordo com Romero Pereira, o serviço começa na cabeceira da Ponte da Torre (na direção da Capunga) com a contenção das margens do rio e a preparação do terreno para receber a Via Parque.
A mesma intervenção será realizada na cabeceira da Ponte da Capunga, na direção da Ponte da Torre, a partir do fim de junho.
O projeto prevê deck para contemplação da paisagem, dois píeres para embarcações de pequeno porte, duas passarelas sob as pontes, ciclovia, áreas de convivência, refúgio para capivaras e duas vias compartilhadas entre carros e bicicletas.
As pistas compartilhadas ocuparão dois trechos da Via Parque, um da Ponte da Capunga até a Rua Dom Sebastião Leme e outro da Rua Manoel de Almeida até a Ponte da Torre.
O mirante ficará nas imediações da Rua Dom Sebastião Leme.
Atualização: meia hora depois de publicado o post, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, com a forma afável de sempre, informou ao Blog que mandou sua assessoria estudar o problema e que, se fosse possível, poderia adotar a sugestão.