‘Todos poder emana do povo’ Diretas Já!
Por Felipe Cury , em artigo para o Blog de Jamildo Nosso sistema político está falido!
E a crise se aprofunda a cada dia.
Desde 2013 com as jornadas de junho tiveram início a ruptura com o que conhecemos como “presidencialismo de coalizão”.
Com a incapacidade dos partidos fazerem uma reforma política, a sociedade sempre deixada ou ficando a margem deste processo, quem assumiu o protagonismo foi o judiciário.
O problema é que o judiciário não faz reforma política, e nem deve, ele julga processos.
Temos um impasse, está tudo travado.
Os investigados e a casta política tradicional querem se salvar, uma parte do judiciário quer julgar e condenar todos envolvidos rapidamente, a elite financeira quer as reformas contra o trabalhador, e o povo fora do jogo.
A situação beira o insustentável, a instabilidade é geral, a política e os políticos estão totalmente desacreditados.
A vulgaridade em que se tornaram as relações entre o público e o privado, com transações espúrias e negociatas subterrâneas de alguns empresários com Deputados, Senadores, Ministros, tornaram-se claras e transparente para população.
Para alguns, recebida com grande perplexidade, para outros, mais um caso de vários outros de anos.
A solução da crise era o impeachment da Dilma.
Parte da mídia monopolizada criminalizou sem critérios ou exceções toda classe política, o ódio e a intolerância tomou conta das redes sociais, conciliações e mediações acabaram.
A crise aumentou.
Colocaram na presidência o Temer e um conjunto de forças politicas que perderam as últimas eleições, fizeram composições de governo com políticos investigados.
Com apoio da elite econômica a tarefa é aprovar as piores reformas já vistas no Brasil nas últimas décadas. É a desconstrução dos direitos trabalhistas.
Porém, Temer, o capitão do golpe, e sua turma, estão envolvidos e entrelaçadas com tudo que está sendo investigado pela Lava Jato só duraram um ano.
O país está agora numa crise profunda.
Em minha opinião a única saída é o voto, a soberania popular.
Pesquisas de opinião (Datafolha) confirmam que 85% da população defendem novas eleições.
Neste ambiente de incertezas, insensatez e de instabilidade sem precedentes surgem várias opções de saídas para crise.
Eleições indiretas defendem a elite política e econômica que hoje mandam no país. É o que diz a Constituição, argumentam eles.
Porém, para haver eleições indiretas ainda há a necessidade de lei complementar que ordene a forma como se daria está eleição.
Portanto, necessita de aprovação pelo congresso nacional.
Contudo, este Congresso teria neste momento moral ética ou credibilidade para eleger uma ou um novo presidente?
Mesmo sendo legais, todas as pesquisas de opinião mostram que a sociedade não acredita na legitimidade do parlamento.
Uma proposta levantada nos últimos dias pelo governador do Maranhão, Flávio Dino a BBC Brasil, foi em caso de não haver eleições diretas, (proposta que ele defende), poderia se ter a suspensão das reformas e a garantia de um processo eleitoral normal em 2018 para discutir as eleições indiretas.
Acho inviável na conjuntura política que vivemos.
A única saída com legitimidade do povo é as “Diretas”.
Nenhuma pessoa que se diz democrata pode defender algo contrário à decisão soberana do voto popular, com previsibilidade constitucional, pois, basta aprovação de emenda, uma PEC, pelo congresso nacional.
Ou até mesmo o TSE considerar que, no caso de anulação do mandato da chapa, deveria haver eleição direta.
Portanto, dentro das regras do jogo democrático e do estado de direito.
Se tive PEC deste governo para aprovar o congelamento de investimento público nas áreas de Saúde e Educação por 20 anos (um crime contra a nação) porque não pode aprovar emenda para o povo eleger seu presidente?
Marcos Coimbra, presidente do Instituto Vox Populi, em artigo a Carta Capital disse o seguinte: “As elites brasileiras estão como baratas tontas por uma razão que tem nome: Luiz Inácio Lula da Silva não fosse o medo que têm dele, diz Coimbra, essas elites apoiariam a solução natural de eleições diretas para a sucessão de Michel Temer.” Em sendo isto, é mais uma vez rejeitar, ludibriar e marginalizar o povo brasileiro, tirando de todos e todas o direito universal de decidir os rumos do nosso país.
Para consolidar está opção das diretas, dependemos da força e da mobilização popular!
Só uma grande mobilização nacional garante eleições diretas.
A greve geral, a ocupação de Brasília e o ato no Rio de Janeiro mostrou que existe disposição e luta. É também uma grande oportunidade para que tenham coragem de defender as reformas trabalhista e previdenciária em campo aberto, numa eleição, explicitando o projeto e programa para nação.
Ambos os conjuntos de forças políticas poderão de forma transparente expor suas ideias e visão distintas para o país.
Não há alternativa, não há outro caminho, só a soberania do voto popular salva o país do abismo sem fundo que esses que estão no poder jogaram nossa nação.
Não pode haver dúvidas nem vacilações, o caminho é único: mobilização popular, DIRETAS JÁ!
Mudar a política para mudar o Brasil.
Felipe Cury Gestor Público, membro da coordenação da Frente Brasil Popular em PE e dirigente do PT.