“É uma absurda tentativa de tentar parar a Lava Jato”. É o que afirma o deputado federal Silvio Costa (PTdoB), que deixou a vice-liderança da minoria na Câmara após a confusão entre os parlamentares dessa semana, sobre a troca de posição no primeiro escalão do governo Michel Temer (PMDB).

Osmar Serraglio deixa a pasta da Justiça e vai para a Transparência.

Torquato Jardim, ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), faz o movimento inverso. “É querer tentar segurar o mandato no Judiciário”, afirmou. “Ele pensou: ‘Como Osmar Serraglio não tem relações com o Judiciário, vou nomear um ministro que tenha relações para tentar segurar meu mandato. É uma agressão à sociedade e ao Judiciário.” LEIA TAMBÉM » Serraglio vai assumir Ministério da Transparência; Loures mantém foro » Temer troca Serraglio por Torquato Jardim na Justiça em meio à crise Se Serraglio tivesse ficado sem cargo no governo, voltaria para a Câmara, deixando o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), seu suplente, sem foro privilegiado.

Silvio Costa avaliou que esse movimento aponta que Temer seria “refém” do aliado. “Fez um puxadinho, um arrumadinho.

Ele (Michel Temer) quer manter o foro de Rocha Loures.

Está com medo da delação de Rocha Loures.

Isso é literalmente uma atitude de governo terminal”, afirmou. » Defesa pede ao STF inquérito de Temer separado do de Aécio e Loures » Conversa entre Temer e Rocha Loures pode gerar novo inquérito Ex-assessor de Temer, Loures ameaça fazer delação premiada.

Ele é investigado pelo STF acusado de receber propina de Joesley Batista, dono do grupo J&F.

Em conversa gravada por Joesley, Temer cita Loures como alguém que poderia resolver as demandas de empresas do grupo J&F no Cade.

Temer nega que tenha avalizado qualquer recebimento de propina.

Partiu da bancada do PMDB na Câmara o pedido para que Serraglio fosse transferido para a pasta da Transparência. É esse ministério que faz os acordos de leniência com empresas investigadas pela Lava Jato.