Estadão Conteúdo - Em artigo publicado nesta quinta-feira (25), no jornal Folha de S.Paulo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a defender o acordo de delação premiada firmado com a JBS.
Em resposta às críticas, Janot chamou de “leviandade” julgar as escolhas do acordo, “sem examinar as provas e seu alcance, desconsiderando as circunstâncias concretas”.
O site UOL publicou uma primeira manifestação de Janot na terça-feira (23).
Em artigo, o procurador-geral afirmou que a delação da JBS revelou “crimes graves”.
LEIA TAMBÉM » Ante repercussão negativa, Janot escreve artigo justificando benesses para donos da JBS » Em artigo, Janot diz que delação é ‘muito maior’ que áudios » Janot recorre e pede que STF decrete prisão de Aécio e Rocha Loures No texto desta quinta, Janot disse que, se fosse possível, jamais faria acordo de colaboração com criminosos. “Mas, desafortunadamente, o caminho tradicional para aplicação da lei penal tem-se mostrado ineficaz e instrumento de impunidade”.
Desde que os termos da colaboração foram divulgados, há uma semana, o Ministério Público vem sendo alvo de críticas.
Os irmãos delatores Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F, entregaram documentos e gravações que embasaram inquéritos contra o presidente Michel Temer (PMDB) e o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). » Janot pede ao STF para barrar lei contra identidade de gênero em escolas Pelo acordo, os delatores têm imunidade total em relação aos crimes confessados e cada um foi multado em R$ 110 milhões.
No artigo, o procurador-geral da República disse ainda que, por responsabilidade, se distanciou da “utopia” e do “aplauso fácil” para celebrar o acordo com os irmãos Batista. » Temer deu ‘anuência’ a pagamento de propina, diz Janot Sobre a falta de perícia nas gravações feitas por Joesley e que foram incluídas nas investigações, Janot afirmou que “há muitas outras provas que sustentam o acordo” e que o inquérito requerido ao Supremo Tribunal Federal serve para viabilizar a realização da análise pericial.