Em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta quarta-feira (25), o ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS), afirmou que os militares que foram acionados para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal, durante protesto nessa quarta (24), não foram às ruas “para reprimir os manifestantes”.

O pernambucano ressaltou que os militares tinham orientação de atuar defensivamente e que não eram contra a manifestação. “As tropas tinham a orientação que eu dei de atuar defensivamente, ou seja, elas cuidaram do patrimônio público e da vida das pessoas.

Elas não foram reprimir os manifestantes, não eram contra a manifestação.

Eram a favor da ordem e sem ordem, não há democracia”, disse.

Confira entrevista com Raul Jungmann Após críticas, o presidente Michel Temer (PMDB) recuou e decidiu revogar nesta manhã o decreto que autorizava a presença de tropas das Forças Armadas.

A decisão foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União e já está em vigor.

Raul Jungmann repetiu o discurso de “defesa da vida”, em entrevista coletiva após a revogação do decreto.

A decisão foi tomada em reunião de Temer com Jungmann e os ministros Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) no início da manhã no Palácio do Planalto.

Após prédios de ministérios serem incendiados, depredados e evacuados durante a manifestação de ontem na capital federal, o governo decretou o reforço na segurança por meio das Forças Armadas.

O ato teria validade até 31 de maio e poderia ser prorrogado.

Em nota, o ministério da Defesa informou que 1.500 homens foram mobilizados, sendo 1.300 militares do Exército e 200 fuzileiros navais.

GLO Conhecida como GLO, a Garantira de Lei e da Ordem é regulada pela Constituição Federal e concede provisoriamente aos militares a faculdade de atuar com poder de polícia até o restabelecimento da normalidade.

Na quarta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu a presença da Força Nacional de Segurança na capital.

O governo então determinou que tropas federais protejessem os prédios da Esplanada dos Ministérios.

O Palácio do Planalto disse que a decisão do presidente Michel Temer de usar as Forças Armadas foi tomada com base na informação de que não havia policiais da Força Nacional suficientes para atender à solicitação de Maia. “[…] o Presidente da República, após confirmada a insuficiência dos meios policiais solicitados pelo Presidente da Câmara dos Deputados, decidiu empregar, com base no Artigo 142 da Constituição Federal, efetivos das Forças Armadas com o objetivo de garantir a integridade física das pessoas […]”, diz um trecho da nota divulgada no início da noite de ontem.