Desde que veio a público que o governador Paulo Câmara e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, ambos do PSB, foram citados na delação da JBS, os líderes das bancadas governista e de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) têm travado um embate.

Na noite desta quinta-feira (25), ao rebater o oposicionista Silvio Costa Filho (PRB), Isaltino Nascimento (PSB), da base, lembrou que o parlamentar foi investigado quando esteve à frente da Secretaria de Turismo na gestão Eduardo Campos (PSB).

Parafraseando o adversário, o socialista afirmou que ele “deveria ter vergonha de andar por Pernambuco”. “Secretaria de Turismo, de triste memória, obrigou o Governo do Estado a devolver mais de R$ 40 milhões ao governo federal”, disse. “Além disso, como forma de fugir dos malfeitos, o deputado transferiu toda a responsabilidade para o então presidente da Empetur, que terminou condenado, mais de uma vez, pelo Tribunal de Contas do Estado.

A vítima do deputado Silvio Costa ainda responde também por ações de improbidade administrativa na Justiça Federal”.

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O deputado foi absolvido no caso em 2011.

Em nota nessa quarta-feira (24), Isaltino Nascimento já havia afirmado que “Silvio sabe muito bem o que é ser acusado”, ao que ele respondeu afirmando que o seu processo foi diferente do que passam as principais lideranças do PSB atualmente.

Usando a mesma estratégia para defender os aliados, Isaltino afirmou: “Os integrantes do PSB de Pernambuco, ao contrário do deputado Silvio Costa Filho, não tiveram seus bens bloqueados pela Justiça Federal por causa de ‘shows-fantasmas’”.

Retomando o que Paulo Câmara já havia dito após a revelação de que foi citado pelo diretor da JBS Ricardo Saud, apontou o governador como “servidor público de carreira, um homem honesto, íntegro, de classe média, que, como ele próprio afirmou, tem apenas como patrimônio a família e o nome”.

Após uma longa troca de acusações entre ele e Silvio Costa Filho, Isaltino Nascimento afirmou que “governo não vai mais ficar perdendo tempo com esse debate menor, dessas provocações”.