O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) participou, na manhã desta terça-feira (23), de um debate na rádio Jovem Pan, em que esclareceu sobre os R$ 200 mil que ele teria recebido do grupo JBS durante sua campanha de 2014.

Na “Consulta aos Doadores e Fornecedores de Campanha de Candidatos” no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dados consta o pagamento da quantia na conta do deputado e que teria encaminhado o dinheiro como doação ao seu partido, que na época era o PP.

Durante a entrevista Bolsonaro deixou claro que apesar de não ser sua intenção, que o dinheiro não foi devolvido à Friboi, mas sim ao seu partido. “Começaram as eleições de 2014.

Me liga o presidente do meu partido [Ciro Nogueira, na época] e diz que vai botar R$ 300 mil na minha conta.

Disse que tudo bem, mas que colocasse R$ 200 mil na minha conta e R$ 100 mil na do meu filho.

Quando vi o nome da Friboi, perguntei se queriam extornar.

Falei que ia para a Câmara dos Deputados, ia jogar R$ 200 mil e dizer que é dinheiro do povo, porque foi dinheiro que pegaram do PT para se coligar com o meu partido”, disse.

O deputado do Rio de Janeiro alegou ainda que o dinheiro que entrou em sua conta foi do fundo partidário e que devolveu o dinheiro da Friboi. “A Friboi não colocou nada na minha conta, foi o partido”, explicou.

O dinheiro, sabidamente, veio do grupo JBS, pivô da atual crise política no Governo, mas o deputado insistiu que devolveu os R$ 200 mil ao partido e que outro valor igual foi depositado em sua conta, porém vindo do fundo partidário. “Eu aceito do fundo partidário.

Dinheiro foi para outro deputado, porque o carimbo tinha que estar embaixo no papel”.

Bolsonaro concordou quando foi questionado se o partido cometeu uma ilegalidade ao repassar dinheiro da JBS para sua campanha e disse: “você queria que fizesse o que naquela época?”.

Ele admitiu ainda que o PP recebeu propina da JBS, mas tentou ponderar: “partido recebeu propina sim, mas qual partido não recebe propina?”. “Eu sabia que era dinheiro da Friboi.

Disse que não queria o dinheiro (…) Meu partido tem R$ 5 milhões por mês de fundo partidário e me passam R$ 200 mil.

Acha que estou na pedalada?

Por que você não me responde o que Alberto Youssef falou na delação?

Que dois deputados do PP não pegaram dinheiro da Petrobras.

Um fui eu.

Queria que eu fizesse o que?

Teve mais também, na ação do Mensalão, teve o caso de Joaquim Barbosa.

Ele leu seu voto e leu meu nome, disse que fui único da base aliada que não fui comprado pelo PT.

Isso não conta?”, justificou-se.

Apesar de consentir com a ilegalidade cometida pelo partido a qual era filiado, Bolsonaro pediu, em tom forte, que não fosse “rotulado de corrupto”. *Com informações do site Jovem Pan