Em resposta ao vereador Rinaldo Júnior (PRB), que solicitou por requerimento a presença do prefeito Geraldo Julio na Câmara do Recife para tratar da menção de seu nome na delação de um executivo ligado à empresa JBS, a vereadora Aline Mariano (PMDB) se pronunciou na Câmara do Recife nesta terça-feira (23).
Líder do governo na Casa, ela frisou a legalidade da conduta do chefe do Executivo e se prontificou a dar esclarecimentos aos parlamentares. “O prefeito não tem se negado a dar qualquer esclarecimento.
Isso não passa de pirotecnia.
Vários oposicionistas estão usando o assunto para fazer palanque.
O prefeito está seguro e tranquilo sobre a questão.
Tanto ele quanto o governador Paulo Câmara já esclareceram que nunca trataram de recursos ilegais com essa empresa ou com qualquer outra”, explicou Aline.
A vereadora fez questão de esclarecer que a petição 7.003, requerida por Rodrigo Janot, e acatada pelo ministro Edson Fachin, que trata da delação da JBS, sequer cita Geraldo e Paulo. “Portanto, não há abertura de inquérito ou qualquer encaminhamento ao Ministério Público ou Poder Judiciário, o que comprova que o prefeito e o governador não fizeram absolutamente nada ilegal”.
Para Aline Mariano, trata-se de uma injustiça contra Geraldo e Paulo o que estão tentando fazer, pois em momento algum a petição mostra que houve troca de favores, logo não há propina.
E, não havendo propina, não há crime algum.
O que houve foram doações legais feitas ao PSB nacional, não sendo encaminhado qualquer recurso para o diretório estadual do partido socialista em Pernambuco para a campanha de governador, em 2014", sentenciou.
Aline concluiu ao afirmar que o prefeito e o governador são conhecidos “pela seriedade, compromisso e zelo com a coisa pública”. “São trabalhadores incansáveis, funcionários púbico de carreira.
O prefeito já mostrou ao recifense a que veio e, por isso, foi reconduzido ao cargo numa eleição histórica com mais de 500 mil votos, uma prova de que o povo da cidade confia em Geraldo”.
Entenda o caso Em delação premiada, o diretor da JBS Ricardo Saud afirma ter negociado propina para as campanhas de Eduardo Campos, falecido em 2014, e Paulo Câmara, ambos do PSB.
Ainda de acordo com o delator, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, o governador Paulo Câmara e um homem chamado Henrique, eram mandados por Eduardo para tratar de propina. “Exatamente no dia que ele faleceu [Eduardo], eu estava com o Henrique que era a pessoa dele que ele mandava… Ou o Henrique, ou o Paulo Câmara ou o Geraldo Julio para ir lá tratar da propina”, afirma Saud.
O delator contou ao Ministério Público Federal (MPF) que foi procurado por Geraldo Julio, após a morte de Eduardo, pedindo para que fosse honrado o pagamento do que havia sido negociado com Eduardo. “Com a morte do Eduardo, o Paulo e o Geraldo me procurou e disse que tinha que honrar o pagamento para ganhar a eleição em Pernambuco em homenagem a Eduardo”, disse Ricardo Saud. “Aí chegamos ao meio termo de pagar o total e ainda dar uma propina ao Paulo Câmara em dinheiro vivo lá em Pernambuco”, completou.
Assista a delação de Ricardo Saud: Ricardo Saud afirma que trabalhava com propinas para três campanhas de candidatos à Presidência em 2014: a de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB).
Na delação, Ricardo afirma que estava empolgado com o pernambucano, pois era “um cara novo, de futuro”. “A gente estava trabalhando com a Dilma, com propinas para Dilma, com o Aécio e com o Eduardo Campos e estávamos muito empolgados com a candidatura do Eduardo, estivemos com ele, o Paulo Câmara o Geraldo Julio.
Um cara novo de futuro e decidimos investir nele e colocamos um limite para iniciar.
Disse a ele: nós vamos deixar 15 milhões de propina, se você começar a crescer a gente vai te alimentando, melhorando isso aí e depois a gente acerta se você ganhar.
E isso foi feito”.
O delator conta que Eduardo indicou o Henrique e o dono da JBS, Joesley Batista, indicou o próprio Ricardo para tratar de valores para o socialista.
Respostas No mesmo dia em que os vídeos foram divulgados, Paulo e Geraldo lançaram notas repudiando as denúncias; confira: Paulo Câmara Foto: José Cruz/ Agência Brasil “Venho repudiar, veementemente, a exploração política do depoimento do delator Ricardo Saud, que, já antecipo, não corresponde à verdade.
Não recebi doação da JBS de nenhuma forma.
Nunca solicitei e nem recebi recursos de qualquer empresa em troca de favores.
Tenho uma vida dedicada ao serviço público.
Sou um homem de classe média, que vivo do meu salário.
Como comprovará quem se der ao trabalho de ler o documento que sintetiza a delação, o próprio delator afirma (no anexo 36, folhas 72 e 73) que nas doações feitas ao PSB Nacional “não houve negociação nem promessa de ato de ofício”, o que significa que jamais houve qualquer compromisso de troca de favores ou benefícios.
Desta forma, é completamente descabido o uso de expressões como “propina” ou “pagamento”.
Reafirmo a Pernambuco e ao Brasil que todas as doações para a minha campanha foram feitas na forma da lei, registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”.
Paulo Câmara Governador de Pernambuco Geraldo Júlio Foto: Rodrigo Lobo/Acervo JC Imagem “Diante da menção ao seu nome por um dos delatores da JBS, divulgada hoje pela imprensa, o Prefeito Geraldo Julio repudia veementemente as acusações e esclarece que nunca tratou de recursos ilegais com essa empresa ou com qualquer outra.
O próprio documento divulgado pela justiça registra que as doações feitas a campanha nacional do PSB não foram por troca de favores.
Todas as doações recebidas pelo partido foram legais.” Durante evento no Palácio do Campo das Princesas na tarde dessa segunda-feira (22), o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) defendeu que não houve irregularidades na campanha do governador Paulo Câmara em 2014. “A gente fez a solicitação de recursos legais, doações conforme a lei.
Essas doações não foram feitas ao PSB de Pernambuco, nem à campanha do governador Paulo Câmara e o próprio depoente afirma que não houve troca de favores, então é absurdo falar em propina e isso tá reconhecido pela representação da procuradoria-geral da República e pelo próprio STF que não cita o nome de Paulo Câmara, nem o meu nome”, disse Geraldo.
Geraldo Julio Prefeito do Recife