Em uma reunião bastante acalorada, que durou mais de seis horas, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado realizou mais um debate sobre a reforma trabalhista nesta terça-feira (23).
A reforma foi defendida e criticada pelos convidados para a audiência e pelos senadores que participaram do debate.
O argumento favorável é o de que a reforma elevará o emprego e a crítica é a de que vai tornar precárias as condições de trabalho.
A audiência foi solicitada por senadores da oposição, como Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Lindbergh Farias (PT-RS) sob a justificativa de terem um debate mais equilibrado e com o enfoque nos impactos da reforma trabalhista na economia.
O debate foi mais intenso porque a oposição queria obstruir a leitura do relatório do PLC 38/2017, que reforma as leis trabalhistas, marcada para a segunda parte da reunião.
Em meio a um tumulto, o presidente do colegiado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), deu como lido o relatório elaborado por Ricardo Ferraço (PSDB-ES) a respeito da reforma trabalhista.
Tasso concedeu vista coletiva ao relatório, conforme previsto.
E, com isso, ele poderá ser votado já na próxima sessão da CAE, na semana que vem.
A sessão havia sido interrompida por quase uma hora, depois que a oposição tentou barrar, regimentalmente e na marra, a entrega do parecer por Ferraço.
Por volta de 15h40, houve empurra-empurra entre senadores e gritos de ordem de manifestantes, instalando um clima de confusão no plenário da CAE.
Tasso tentou reabrir a sessão, às 16h30, mas senadores de oposição tentaram novamente barrar a leitura do relatório.
O tucano, então, encerrou a sessão e deu o relatório como lido.
A confusão teve início logo depois de o plenário da CAE ter rejeitado por 13 votos a 11 um requerimento do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) que pedia que a leitura não fosse realizada, alegando motivos regimentais.
Quando Ferraço se encaminhava à mesa diretora para apresentar formalmente seu parecer, senadores de oposição tentaram obstrui-lo e começou o tumulto.
Houve troca de empurrões entre Randolfe e Ataídes Oliveira (PSDB-TO).
Vários senadores entraram na confusão, alguns tentando apartar os dois.
A plateia, recheada de manifestantes contrários à reforma, se incendiou.
Houve gritos de “Fora, Temer!”, “Abaixo as reformas”, “Jucá na cadeia!”, em referência ao líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR), e “Aécio na cadeia".