Vigilantes da empresa Alforge Vigilância, que faz a segurança do Porto do Recife, prometem cruzar os braços até a próxima sexta-feira (23), alegando atraso salarial.

O presidente da empresa, Renato Lima, afirma que, após ter feito uma paralisação de advertência por 24 horas, na última semana, a solução encontrada pelos profissionais deve ser a paralisação por tempo indeterminado das atividades.

De acordo com Renato, a greve pode fazer com que o Porto pare com suas atividades, impactando diretamente na economia do Estado. “Temos cerca de 80 funcionários que fazem a segurança do local e precisam receber.

O pagamento é de nossa responsabilidade, mas como o Porto do Recife não está nos pagando há seis meses, não temos como fazer o pagamento dos salários dos funcionários”, disse.

O presidente também disse que para o Porto funcionar é necessária segurança nível três.

Sendo assim, com a parada dos vigilantes, o próprio ancoradouro pode parar, “tanto o terminal de passageiros, quanto o de carga.” Renato ressalta que a Alforge não tem mais condições de manter o pagamento, “sem receber do Porto”. “Nós estávamos fazendo os pagamentos até março, mas agora não temos mais como manter”, ressaltou.

O presidente explica também que há dificuldade de realizar pagamento de benefícios como tickets.

Ao Blog de Jamildo, o presidente do Porto do Recife, Carlos do Rêgo Vilar, admitiu dificuldades no pagamento e justificou que a crise financeira que atinge o País também atingiu o porto. “Temos um contrato e estamos tentando negociar.

Já pagamos na última sexta uma parcela que estava em atraso à Alforge e vamos tentar chegar a um entendimento sobre outras.

Passamos por dificuldades e estamos tendo que renegociar alguns contratos para menor para poder pagar”, disse.

O presidente ainda falou sobre o impacto da paralisação.

Temos que evitar ao máximo que paralise, pois é o termômetro da nossa economia.

Tenho visto que a crise atrapalha, estou no ramo há 42 anos e nunca passei por uma dessa", ressaltou.

Mesmo com a promessa de greve, Carlos do Rêgo Vilar diz que os funcionários entendem a situação. “Eles têm sensibilidade e estamos tentando uma saída, mas admito que a situação é difícil.

Temos passado isso para o Estado, que está com dificuldade também”, concluiu.