Durante o depoimento do delator Ricardo Saud, diretor da JBS, ele contou que pagou R$ 5 milhões ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para modificar uma medida provisória (MP) em benefício de um grupo frigoríficos, nos anos de 2012 e 2013.
De acordo com Saud, A MP tratava de créditos presumidos de PIS e Cofins para o setor.
O delator informou que do jeito que estava redigida, a MP iria privilegiar uma empresa falida da região sul, que receberia 100 milhões de créditos presumidos de PIS e Confis.
Mas ele foi a Eunício com representantes da associação do setor para alterar o texto de maneira que outras empresas, a JBS entre elas, se beneficiassem financeiramente.
Durante a delação, o diretor da JBS declarou que ao procurar Eunício para tratar do assunto, ele disse que a alteraçao na MP teria um custo. “Ele falou: ‘olha Ricardinho, isso aí você sabe, tem um custo aí.
Vamos fazer um custo de uns 5 milhões.
Isso aí é muito pouco”, contou o delator.
Saud conta que o dinheiro pago, conforme combinado com Eunício, que era o então relator da MP. “Pagamos direitinho, fizemos diações simuladas oficias para ele, que ele era o tesoureiro do PMDB”, completou.
Ricardo Saud apresentou todos os recibos de pagamentos.
Mas disse que, mesmo pagando o valor cobrado pelo presidente do Senado, os empresários que arcaram com os custos da propina levaram um tombo de Eunício. “Oito meses depois ele foi relator de outra medida provisória e voltou atrás (revogou)”, concluiu.