Por Franco Benites da Coluna Pinga-Fogo, do Jornal do Commercio.
O Pernambuco em Ação, projeto de prestação de contas do governo estadual, teria mais uma rodada neste fim de semana em Caruaru, cidade que é administrada pela prefeita Raquel Lyra (PSDB).
O evento, no entanto, foi cancelado porque o governador Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional do PSB, viajou para Brasília.
O socialista quer acompanhar de perto o desenrolar da crise política na capital federal e tenta apaziguar os ânimos dentro do partido, rachado em relação à gestão peemedebista.
Neste sábado, dia em que o Pernambuco em Ação seria realizado, a Executiva nacional do PSB vai se reunir.
Mas já nesta sexta-feira haverá uma reunião prévia entre os dirigentes.
Esse encontro anterior à reunião da Executiva é considerado normal e sempre ocorre, ainda mais quando estão em pauta questões mais polêmicas.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, é signatário de um pedido de impeachment do presidente Michel Temer (PMDB) e defende que o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), entregue o cargo.
O auxiliar do presidente ainda não se manifestou, mas não quer abandonar o barco sem ter mais elementos à mão para tomar uma posição.
Fernando Filho, inclusive, não gostou de ver declarações de Carlos Siqueira pelos jornais sobre a entrega do cargo.
Os dois conversaram nessa quinta-feira, mas o ministro se sentiu “emparedado” porque antes do encontro o presidente nacional do PSB já havia externado sua posição sobre a saída do governo Temer aos jornalistas.
Em Brasília, Paulo se dedicará a articulações políticas, sobretudo internas, referentes ao PSB.
Há a possibilidade dele retornar a Pernambuco ainda nesta sexta-feira ou no sábado pela manhã, mas com o tamanho da crise instalada em Brasília ninguém arrisca quando ele voltará e por isso o mais prudente foi cancelar o Pernambuco em Ação de Caruaru.
Alguns aliados, nos bastidores, cobram um posicionamento mais firme do governador.
Nessa quinta-feira, ele divulgou um vídeo afirmando que Temer precisa dar explicações ao País, mas não falou em renúncia.
Paulo Câmara sabe que precisa dosar as palavras porque não se sabe por quanto tempo o presidente ficará no cargo, mas nesse período Pernambuco pode precisar muito do governo federal.