Um dos delatores e dono do grupo JBS, Joesley Batista, e o diretor de Relações Institucionais da empresa, Ricardo Suad, relataram em depoimento pagamentos de US$ 80 milhões em propina “em favor” dos ex-presidentes petistas Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, “mediante depósitos em contas distintas no exterior”.

As informações constam em despacho do relator da Lava Jato e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.

De acordo com o relato, o ex-presidente Lula teria recebido “vantagens indevidas” na ordem de US$ 50 milhões.

Já Dilma, seria destinatária de US$ 30 milhões.

O procurador geral da República, Rodrigo Janot, também relatou que, de acordo com o despacho de Fachin, Joesley confessou ter repassado R$ 30 milhões ao ex-ministro Antônio Palocci, preso no âmbito da Lava Jato, a pretexto da campanha de Dilma à Presidência em 2010.

Por meio de nota, Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira negaram a acusação. “Verifica-se nos próprios trechos vazados à imprensa que as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula não decorrem de qualquer contato com o ex-Presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros, que sequer foram comprovados.

A verdade é que a vida de Lula e de seus familiares foi - ilegalmente - devassada pela Operação Lava Jato.

Todos os sigilos - bancário, fiscal e contábil - foram levantados e nenhum valor ilícito foi encontrado, evidenciando que Lula é inocente.

Sua inocência também foi confirmada pelo depoimento de mais de uma centena de testemunhas já ouvidas - com o compromisso de dizer a verdade - que jamais confirmaram qualquer acusação contra o ex-Presidente.

A referência ao nome de Lula nesse cenário confirma denúncia já feita pela imprensa de que delações premidas somente são aceitas pelo Ministério Público se fizerem referência - ainda que frivolamente - ao nome do ex-Presidente”, escrevem os defensores.