Após o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afastado de sua função nesta quinta-feira pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, anunciar que está deixando o cargo de presidente do PSDB, o novo presidente da sigla, Tasso Jereissati lançou nota pedindo que os ministros tucanos permaneçam em seus cargos, mesmo com a crise que atingiu o governo do presidente Michel Temer.
Aécio deixou a presidência tucana alegando que vai se dedicar a provar sua inocência, após ser citado e gravado pelo empresário Joesley Batista em delação premiada feita à Procuradoria-Geral da República e homologada nesta quinta pelo STF. “Em razão das ações promovidas no dia de hoje contra mim e minha família, quero afirmar que, a partir de agora, minha única prioridade será preparar minha defesa e provar o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas”, diz Aécio em nota oficial.
O novo presidente, Tasso, pediu que os quatro ministros do PSDB permaneçam em seus respectivos cargos, “enquanto o partido, assim como o Brasil, aguarda a divulgação do conteúdo das gravações dos executivos da JBS”.
Confira a nota do presidente interino do PSDB: Mantendo sua responsabilidade com o país, que enfrenta uma crise econômica sem precedentes, o PSDB pediu aos seus quatro ministros que permaneçam em seus respectivos cargos, enquanto o partido, assim como o Brasil, aguarda a divulgação do conteúdo das gravações dos executivos da JBS.
PRESSÃO NO PLANALTO A pressão em cima dos ministros é grande, desde que vazaram gravações, divulgadas pelo jornal “O Globo” nesta quarta-feira (17), em que Joesley Batista, um dos donos da JBS, encontrou Temer no dia 7 de março no Palácio do Planalto.
O empresário teria registrado a conversa com um gravador escondido.
Batista disse ter contado a Temer que estava pagando ao ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e ao lobista Lúcio Funaro para ficarem calados.
O presidente, segundo o empresário, responde: “Tem que manter isso, viu?”.
No caso do Aécio, ele foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Batista.
O empresário entregou um áudio à Procuradoria-Geral da República em que o tucano pede a quantia, sob o pretexto de pagar as despesas com sua defesa na Operação Lava Jato.
Hoje, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin proibiu Aécio de exercer as funções de senador.
A Procuradoria-Geral da República também pediu a prisão do tucano, mas Fachin, responsável pela Lava Jato na Corte, negou o pedido.
A irmã de Aécio, Andrea Neves, foi presa.
Em nota publicada ontem, Temer confirmou o encontro, mas disse que “jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha” e negou ter participado ou autorizado “qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”.