Sem alarde, o advogado Pedro Josephi, ex-candidato a vereador do Recife pelo PSOL, usou uma rede social para revelar bastidores da sua campanha em 2016.
Militante de esquerda, que se notabilizou em Pernambuco nos protestos de 2013, Josephi teceu críticas ao próprio partido. “Ser honesto, ético, transparente e sincero parecia não combinar com o dia a dia da política, inclusive no meu partido, que ajudei a construir e tanto idealizei, mas reproduz, junto com seus dirigentes, os mesmos mecanismos dos outros”, revelou sobre o PSOL.
Segundo o ex-candidato, durante a campanha para ser o mais votado na legenda, sua postulação sofreu “sabotagens”. “Foram inúmeras dificuldades em mais uma eleição, decepções, sabotagens e desilusões”, revelou o militante.
No PSOL, a expectativa era a eleição de um único vereador no Recife, como ocorreu.
Houve então uma luta “ferrenha” entre os candidatos para ficar na primeira colocação da chapa.
Para 2018, o advogado diz que está se mobilizando. “Tenho percorrido o Estado de Pernambuco, e não posso virar as costas pra dura realidade do nosso povo.
O sangue de luta corre em minhas veias, a política está na genética e não me furtarei dos caminhos que o destino me levar! 2018 vem aí!”, disse Josephi, anunciando uma candidatura a deputado.
A manifestação do ex-candidato já teve repercussão interna no PSOL.
Duras críticas foram dirigidas ao deputado estadual Edilson Silva, líder do partido no Estado. “Debatemos aqui falta de coerência do PSOL, que essa história de jogar pedra no telhado estava cansativo, que Edilson Silva tinha sido uma enorme decepção como deputado, para mim apenas um fanfarrão”, disse o apoiador Carlos Lopes, na rede social.
Segundo informações de bastidores, ficaram “rusgas” contra Edilson pela campanha para vereador no Recife.
O deputado do PSOL foi apontado, nos bastidores, por tentar influir em favor de seus preferidos, inclusive criticando outros candidatos.
O eleito para vereador, Ivan Moraes, não seria o candidato de Edilson.
O deputado Edilson Silva, por suas vez, já teve que abortar seu plano de ser candidato a federal em 2018.
Quando chegou na Assembleia em 2015, segundo membros do próprio PSOL sob reserva, seu plano era ter tanta “visibilidade” no mandato que, na modesta visão do psolista, teria uma eleição “fácil” para federal em 2018, com cerca de 200 mil votos.
No Rio de Janeiro, estrelas do partido, como Chico Alencar e Jean Willys, têm eleições fáceis para federal, com votações individuais sempre acima do quociente eleitoral.
Daí a pretensão de Edilson em 2015.
O desempenho do mandato de Edilson Silva já levou o parlamentar a ter um “choque de realidade”.
Hoje, o deputado já admitiria, internamente, que não tem votos nem para se reeleger.
Para “remediar” a situação, Edilson está atrás de outro ex-deputado Ramos para se coligar.
Em 2014, numa coligação “programática-ideológica” de Edilson com o PMN, o PSOL usou os votos do então deputado estadual para se eleger e Ramos “bebeu água”, ficando sem mandato.
Edilson Silva está correndo atrás de outros partidos, de qualquer lado ideológico, para lhe servir de “cauda” eleitoral em 2018, caso ainda sejam permitidas coligações na eleição proporcional pela reforma eleitoral.