Os donos da JBS disseram em delação à Procuradoria-Geral da República que gravaram o presidente Michel Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo o colunista do jornal O Globo Lauro Jardim.
Ainda segundo a publicação, o empresário Joesley Batista teria entregue uma gravação feita em março deste ano em que Temer indica o deputado Rodrigo Rocha Lourdes (PMDB-PR) para resolver assuntos da JBS.
Posteriormente, Rocha foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil, enviados por Joesley.
Ainsa segundo a reportagem, o senador Aécio Neves (PSDB) foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley.
O dinheiro teria sido entregue a um primo do presidente do PSDB, numa cena devidamente filmada pela Polícia Federal.
A PF rastreou o caminho dos reais.
Descobriu que eles foram depositados numa empresa do senador Zeze Perrella (PSDB-MG).
Joesley relatou também que Guido Mantega era o seu contato com o Partido dos Trabalhadores (PT) Segundo o jornal, era com o ex-ministro da Fazenda de Lula e Dilma Rousseff que o dinheiro de propina era negociado para ser distribuído aos petistas e aliados.
Mantega também operava os interesses da JBS no BNDES.
Os donos da JBS també revelam que R$ 5 milhões teriam sido pagos para Eduardo Cunha após sua prisão, valor referente a um saldo de propina que o peemedebista tinha com ele.
Disse ainda que devia R$ 20 milhões pela tramitação de lei sobre a desoneração tributária do setor de frango.
Esta foi a primeira vez na Lava Jato em que foram feitas “ações controladas”, num total de sete.
Ou seja, um meio de obtenção de prova em flagrante, mas em que a ação da polícia é adiada para o momento mais oportuno para a investigação.
Significa que os diálogos e as entregas de malas (ou mochilas) com dinheiro foram filmadas pela PF.
Segundo o jornal, as cédulas tinham seus números de série informados aos procuradores.
Como se fosse pouco, as malas ou mochilas estavam com chips para que se pudesse rastrear o caminho dos reais.
Nessas ações controladas foram distribuídos cerca de R$ 3 milhões em propinas carimbadas durante todo o mês de abril.