Dois políticos pernambucanos protagonizaram um embate, na manhã desta terça-feira (16), no Senado Federal.

O ministro da Educação, Mendonça Filho, participava de uma audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), para apresentar as diretrizes e os programas prioritários de sua pasta.

Após apresentar diversos pontos de deficiência na educação, que segundo ele foram causados pela “má gestão do governo anterior”, o ministro foi criticado pelo senador Humberto Costa (PT-PE), que utilizou de sua fala para sair em defesa dos governos Lula/Dilma.

Mendonça rebateu e acusou os governos petistas de deixarem a pasta com dívidas acumuladas de mais de R$ 1 bilhão.

O debate já era esperado e foi, inclusive, noticiado na última semana pelo Blog.

Leia mais: » Mendonça Filho e Humberto Costa terão embate no Senado no dia 16 de maio » Mendonça diz que terá prazer em ir no Senado “desmascarar as mentiras de Humberto” O petista disse que Mendonça desprezou em sua apresentação os “avanços na área de educação” dos treze anos da gestão petista. “Assistimos um ministro que vem falar à Comissão de Educação com olho no retrovisor, que olha pra trás o tempo inteiro, que não trás praticamente nenhuma proposta nova nesse um ano de gestão.

Intencionalmente sua excelência esqueceu de falar algumas coisas, pois entre 2003 e 2010 nos governos Lula e Dilma tivemos incremento no orçamento da área educacional de mais de 200%.

De 2010 até 2015 saímos de 54 bilhões para 97 bilhões e em 2016 100 bilhões”, destacou Humberto. “É estapafúrdia a visão que um governo que dá prioridade dos recursos para a educação, seja um governo que desmontou a política educacional do País”, completou o senador.

A resposta de Mendonça foi dura e gerou, inclusive, aplausos, de pessoas que assistiam à apresentação. “Nunca neguei a evolução.

Houve de fato uma triplicação do orçamento da educação em 12 anos.

Isso é um fato importante.

Mas isso consagra a incompetência, porque você triplica o orçamento e a educação em 13 anos ficar do jeito que ficou é a demonstração da total da incompetência dos governos do Partido dos trabalhadores”, alfinetou.

Depois da fala a presidente da Comissão, senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), fez questão de ler o regimento da Casa e lembrou que os que querem assistir não podem se manifestar com aplausos.

O ministro também fez questão de ressaltar que os governos Lula/Dilma têm números ruins na área educacional. “Não alcançou resultado, você bota mais dinheiro e o resultado não aparece, quase 2 milhões de jovens fora do Ensino Médio, o desempenho de português e matemática pior do que há 20 anos, o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) estagnado desde 2011 e vossa excelência acha isso lindo, maravilhoso, eu não acho Senador”, disse Mendonça. » Armando Monteiro Neto e Mendonça Filho saem na frente nas intenções de voto para 2018 Durante a audiência, o senador Roberto Muniz, do PP da Bahia, adotou um tom conciliador, dizendo que a disputa política não pode se sobrepor à discussão sobre o futuro da educação.

Entretanto, Humberto partiu para o ataque ao governo do presidente Michel Temer (PMDB) e criticou a PEC que congela os gastos por 20 anos. “Vossa excelência esqueceu de falar que no governo Temer a emenda 95 congelou o aumento de recursos para todas as áreas, inclusive as sociais.

E os programas tímidos não serão colocados em prática.

A discussão de que o governo passado não pagou coisas foi porque Dilma mandou proposta para o congresso para reduzir o contingenciamento de 25 bilhões e que passaria a ser um déficit de 96 e foi a oposição que colocou que o governo era gastador.

E uma das primeiras coisas que o governo golpista fez foi elevar a meta de déficit primário para 170 bilhões”, disse.

Assista na íntegra o embate entre Humberto e Mendonça Mendonça defendeu a emenda e disse que o petista “repete inverdades”. “Sobre a Emenda Constitucional 95, o senhor repete a inverdade de que iria retirar dinheiro da área social, isso não ocorreu porque ela foi votada e o orçamento de 2017 é maior do que o de 2016, contrariando a tese do seu partido.

Vossa excelência é inteligente o suficiente para saber que a PEC estabelece um limite para o gasto como um todo e não na área de educação e saúde, elas podem até ampliar investimento nas prioridades de um investimento do governo, mas como o PT não tem argumento insiste em manipular a verdade e tentar passar para a opinião pública aquilo que de fato não acontece”. “Dizem que nós da oposição somos responsáveis pelos problemas na educação, mas os responsáveis são os senhores que assumiram a educação no Brasil, prometeram uma pátria educadora e colocaram o País numa situação vexatória no cenário da educação do mundo entre a 59º e a 65º no pisa, isso é uma vergonha, deveria ser assumida uma mea culpa do partido do senhor”, completou Mendonça Filho.

A palavra voltou para Humberto que criticou o regimento do Senado pelo pouco tem que tinha para poder responder às críticas do ministro.

Ele insistiu em criticar a PEC do Teto. “O que o governo fez foi abrir uma disputa entre diversos setores dentro do próprio orçamento, isso é diferente da vinculação que é obrigatoriedade que se aplique aquele recursos no mínimo.

Então não venham com conversa mole de que não vai prejudicar educação e saúde”, disse.

Para concluir a réplica, Humberto pediu que Mendonça fosse mais “modesto”. “Só quero dizer que o ministro deveria ser mais modesto e respeitoso com o que foi feito na área de educação, porque disse que a educação básica é um desastre, mas temos que destacar pontos importantes na educação dos governos do PT: retomada de investimentos em creches e escolas, o programa Mais Educação, escola integral e Caminho da Escola, lei do piso e valorização salarial dos professores, portanto, um pouco mais de modéstia e mais respeito por quem lutou para melhorar e não culpe o governo do PT pela desgraça que as elites do País fizeram desde 2500.

Somos apenas um hiato que mudou a história.

Já vocês são de um governo que retira direito dos trabalhadores, então não faça papel de imaginar que somos bobos”, finalizou o petista.

Como tréplica, Mendonça concluiu afirmando que jovens e crianças são os que mais sofrem por culpa da gestão do PT. “Acompanhei discursos, iniciativas e trouxe a radiografia e retrato fiel dos números sobre educação e resultados que são pífios e dramáticos para jovens e crianças.

Não quero imputar toda a responsabilidade ao governo do PT, mas para quem dizia que tinha transformado o Brasil numa pátria educadora o quadro atual é realmente demolidor e devastador e as vítimas são jovens e crianças, infelizmente”, concluiu o ministro da Educação.