Estadão Conteúdo - Em depoimento ao Ministério Público Federal, o marqueteiro João Santana disse que todas as campanhas eleitorais feitas no País usam caixa 2 e “violam a democracia”.

Os vídeos foram divulgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta sexta-feira, 12. “As campanhas no Brasil são fortemente financiadas dessa forma: caixa 2.

Não há uma só campanha no Brasil, vamos dizer, 99,9%, e não há um único marqueteiro, eu imagino, que não tenha sido obrigado ou que não recebeu.

Não que isso nos isente”, disse João Santana em sua delação premiada.

Leia mais: » Delatora diz que pagou R$ 200 mil à ‘Dilma Bolada’ a pedido da petista » Marqueteiros dizem que Dilma usou e-mail falso para trocar informações da Lava Jato O marqueteiro foi responsável pelas campanhas do PT à Presidência da República em 2006, 2010 e 2014.

João Santana disse em depoimento que sempre pressionou para que o seu pagamento oficial fosse o mais próximo da realidade. “Não pra dizer que eu ajudei a sanear esse mercado, mas a minha pressão pra ser o pagamento ser o mais próximo da realidade ajudou isso também”, disse o marqueteiro.

Santana reconheceu que se os marqueteiros não topassem o esquema de caixa 2, as campanhas seriam mais limpas, honestas e democráticas.

Violação à democracia Questionado se o caixa 2 não torna a competição mais desigual, principalmente quando se trata de uma campanha à reeleição, o marqueteiro respondeu: “torna desigual, mas todos violam a democracia.

Pequenos e grandes, cada um da sua maneira.

E se associam pra violar. É uma prática generalizada o caixa 2”. » “Lula e Dilma sabiam de pagamento via caixa 2”, diz João Santana Nesta sexta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou os vídeos dos depoimentos do acordo de delação premiada de Santana e sua mulher, Mônica Moura, para a Lava Jato.

A delação foi homologada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte.

COLABORARAM BERNARDO GONZAGA, DEIVLIN VALE E LIANA COSTA, ESPECIAIS PARA AE