De passagem pelo Recife para um evento, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos principais nomes da força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), afirmou nesta quinta-feira, 11, afirmou que não existe perseguição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas investigações.
Questionado pelo editor deste Blog sobre a tese, levantada por aliados políticos do petista, de que a operação visa inviabilizar a candidatura de Lula em 2018, Santos Lima disse que esse pensamento é “tolo”. “O tempo do processo é o tempo normal do juiz.
Não acho que o juiz [Sérgio] Moro esteja mais rápido ou lento.
A nossa parte é produzir uma acusação que tenha substância e submetê-lá ao Judiciário, agora quando vai ser dada uma sentença é difícil de prever.
Então a ideia de perseguição é bastante tola”, disse.
Leia mais: » Em nota, MPF diz que defesa de Lula prestou informação falsa à sociedade » “Lula e Dilma sabiam de pagamento via caixa 2”, diz João Santana Carlos Fernando dos Santos Lima foi o entrevistado do Resenha Política especial nesta quinta.
Ele conversou o jornalista Franco Benites, repórter de Política do Jornal do Commercio e colunista interino da Pinga Fogo, além do editor deste Blog, Jamildo Melo.
O procurador também negou uma politização da Operação Lava Jato. “Não acho que exista politização da lava Jato.
Qualquer crime deve ser investigado, ter acusações e sentença.
Se quiserem voltar ao tempo do colarinho branco não podemos permitir”, disse.
O Procurador está no Recife a convite dos advogados Rodrigo Santos e Gustavo Gesteira para participar de um congresso jurídico no Centro de Convenções, nesta sexta-feira (12).
Depoimento de Lula a Moro Foto: Sérgio Bernardo / JC Imagem Durante toda a entrevista, Carlos Fernando se esquivou das questões envolvendo o depoimento de Lula.
Entretanto, em entrevista ao jornal Estado de S.
Paulo, também nesta quinta-feira, o procurador disse que as declarações de Lula não tiveram “nenhuma consistência e é positivo para a acusação”.
O procurador avaliou que o depoimento “transcorreu como tinha que transcorrer” e criticou os advogados do petista por ter criticado o MPF e acusado os procuradores e o juiz Sérgio Moro de terem feito perguntas que não constam na denúncia. “Talvez a defesa devesse olhar os autos com mais cuidado”, disse. » Policiais federais vão processar Lula por insinuar ‘prova plantada’ » Aécio vê ‘exagero na parafernália montada’ para depoimento de Lula a Moro Para Santos Lima, a afirmação dada pelos advogados de Lula em coletiva de imprensa após a audiência sobre a atuação de Moro e do MPF no interrogatório “talvez sirva para confundir” e é “inadmissível”. “Para nós, ela é absolutamente sem sentido e capciosa”, completou.
Assista na íntegra a entrevista na TVJC: Ao Estadão, Carlos também comentou o embate travado entre Lula e Moro quando o juiz questionou o réu sobre afirmações feitas na semana passada, quando o petista disse que prenderia quem hoje “inventa mentiras contra ele”, o procurador minimizou os efeitos das declarações de Lula. “Presidente não manda prender.
Então isso era uma coisa que só podia ser uma forma de se expressar um pouco mais eloquente”, comentou. » Cotado para 2018, Doria diz que Lula se apresenta como um ator em depoimento » “Depoimento de Lula não teve nenhuma consistência”, diz procurador da Lava Jato O procurador afirmou que, obrigatoriamente, o MPF vai pedir mais diligências antes das alegações finais no processo.
Santos Lima disse que os procuradores estão definindo neste momento o conteúdo dos próximos pedidos à Justiça.