Os produtores do Nordeste, integrantes do Comitê Regional de Produção de Etanol, reiteram o acerto do ministro da agricultura em defender a produção nacional, materializada com a urgência, no conteúdo da nota técnica do Mapa-Agricultura enviada à Camex. “Nós não almejamos impor nada, mas não negociamos nosso direito da Tarifa Externa Comum (TEC) do etanol variar de zero a 20%, dependendo das condições de mercado de oferta e demanda,” afirmou Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar de Pernambuco e vice presidente da FIEPE- Federação das Indústrias de PE.
De acordo com Renato Cunha, o Brasil não precisa de uma gota de álcool importado. “Essas operações de importação visam a tão somente ganhos substanciais de arbitragem para os importadores, que geralmente são distribuidoras que estão se abastecendo, sem vantagem alguma para o consumidor, situação que preterem o etanol nacional ao importado na distribuição ao mercado. “É uma prática que só acarreta vergonha a um País que é grande produtor de etanol como o Brasil”, disse. “Não se pode desrespeitar a alternativa que Brasil oferece em se produzir cana de açúcar e etanol no Nordeste gerando-se mais de quatro empregos por mil toneladas de cama cultivada, em época de safra complementar ao Centro Sul.
Só quem está se enchendo de margens e usando as reservas cambiais desnecessariamente é quem não se importa com um mínimo de proteção na produção do País.
A prática dessa maléfica “festa” com o etanol importado, considerado não avançado pelos próprios norte-americanos, merece ser compreendida pelas autoridades do Brasil e pelo Parlamento na sua interlocução orçamentária, econômica e financeira com a Fazenda e a Receita”.
Fornecedores também reclamam A Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana) reclama que este ano o país já se tornou o principal importador do combustível dos EUA, beneficiando somente os ganhos substanciais de arbitragem para tais importadores, que geralmente são distribuidoras que estão se abastecendo. “O motivo disto deriva da manutenção da suspensão da cobrança de 20% da Tarifa Externa Comum do etanol estrangeiro.
A Feplana reitera sua solicitação à União para volta imediata da taxação.
Enquanto o Brasil deixa de taxar o etanol dos EUA, nossos produtores do combustível e de cana amargam com a desleal concorrência e a falta de incentivo governamental", diz Alexandre Andrade Lima, presidente da Feplana, reiterando que o próprio Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, comprometeu-se com o Comitê Nordestino de Produção de Etanol e até já enviou à Camex uma nota técnica solicitando a retomada da taxação.
A Feplana diz apoiar o pleito do Comitê porque entende que a manutenção da suspensão ou a taxação menor do etanol só prejudica a produção nacional, com um efeito socioeconômico negativo nas localidades mais afetadas com tal concorrência desleal gerada através da importação do etanol. “Hoje o NE do Brasil é o mais prejudicado.
Cerca de 80% do total importado circula na região em pleno período produtivo do álcool local.
Não se pode mais desrespeitar a alternativa brasileira que oferece em se produzir cana e etanol no Nordeste, gerando, por exemplo, mais de quatro empregos por mil toneladas de cana cultivada, em plena época de safra complementar ao Centro Sul", diz Andrade Lima.