Expulso do PDT após votar a favor da reforma trabalhista, o deputado federal pernambucano Carlos Eduardo Cadoca não quer escolher agora a próxima sigla em que vai entrar.

O parlamentar afirmou que já foi procurado por várias legendas, mas não informou quais. “Partido não falta, graças a Deus”, disse. “Vou esperar um pouco para não cometer o erro de entrar em um partido onde não possa me adaptar, assimilar a linha política, que foi o que aconteceu no PDT.” LEIA TAMBÉM » Cadoca é expulso do PDT por votar a favor da reforma trabalhista » Cadoca reage à expulsão do PDT e diz que Carlos Lupi não tem ética e moral O PDT decidiu em convenção nacional, no último dia 17 de março, fechar questão contra as reformas trabalhista e da Previdência.

Na votação dessa quarta-feira (26), porém, Cadoca foi um dos 16 deputados do Estado a votar a favor das mudanças na legislação do trabalho.

Em nota na manhã seguinte, o presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, comunicou a imprensa sobre a expulsão do pernambucano, que estava viajando de Brasília ao Recife.

Ao desembarcar, Cadoca afirmou que todas as lideranças do partido sabiam de sua posição e que sua atuação foi de transparência, além de criticar Lupi. » Veja como votaram os pernambucanos na reforma trabalhista » Urgência deve ser o primeiro ponto da reforma trabalhista discutido no Senado » Senadores pernambucanos se dividem na votação da reforma trabalhista Em entrevista ao Blog de Jamildo nesta sexta-feira (28), o parlamentar alegou: “O PDT entrou numa linha de oposição radical e eu não queria radicalizar”.

Cadoca foi filiado ao PMDB por 33 anos, depois passou pelo PSC e pelo PCdoB. “O PSC foi vendido.

O quadro partidário brasileiro é esse”, ironizou. “Tanto é que estou tendo cautela”, afirmou ainda.

Cadoca disse que ficar sem partido não vai atrapalhar a atividade parlamentar e que, antes de fazer uma escolha, deve conversar com políticos com quem tem relação no Estado. “Não tenho nenhum medo de mudar de opinião, de rever minha posição.

Isso em política tem que ser natural.

Tanto que eu não concordei com os textos originais (das reformas)”, opinou.

Após as mudanças nos relatórios das duas propostas, porém, disse estar satisfeito com elas. » Sob protestos, Câmara aprova texto-base da reforma trabalhista » PSB destitui de cargos estaduais 4 deputados que votaram pela reforma trabalhista Saiba o que muda com a reforma trabalhista: Textos: Agência Câmara No caso da reforma da Previdência, o deputado chegou a apresentar uma emenda propondo uma regra de transição para a aposentadoria dos parlamentares.

Ele argumentou que todas as categorias tinham uma e que, apesar de a sugestão não ter sido acatada pelo relator Arthur Maia (PPS-BA), “vai na mesma direção”. “Me senti contemplado na medida que levantei uma questão que foi esquecida pelo próprio governo, que iria extinguir (a aposentadoria dos deputados) sem nenhuma transição”, afirmou. “Era uma injustiça, é um sistema que não tem devolução.

Era um prejuízo, porque quem tinha contribuído 10, 15 anos ficaria sem aposentadoria e sem devolução.” Cadoca já afirmou que vai votar no projeto atual, que prevê a ida dos deputados para a regra geral do INSS.