Estadão Conteúdo - Na véspera da greve geral convocada pelas centrais sindicais auxiliares do presidente Michel Temer (PMDB) minimizaram a extensão dos protestos e apostam na redução do poder de mobilização dos sindicalistas.

Uma das considerações colocadas é a de que, durante a votação da reforma trabalhista na Câmara, não foi organizado nenhum protesto em frente ao Congresso, mesmo diante da possibilidade de os organizadores da greve geral perderem uma importante fonte de receita, com a extinção do imposto sindical.

Na avaliação de integrantes do Planalto, a reivindicação nas ruas após a aprovação do projeto pela Câmara perde total sentido e “Inês está morta”, disse um auxiliar, em referência à expressão popular de que é tarde demais.

LEIA TAMBÉM » Governo de Pernambuco diz que espera “responsabilidade” na greve e pode punir policiais » Governo Temer perdeu batalha da comunicação contra ‘greve geral’ » Centrais apostam que ‘força da greve geral’ mude rumo das reformas Apesar disso, o Planalto está monitorando as mobilizações nas redes sociais e nesta sexta-feira, 28, o presidente vai acompanhar o desenrolar das manifestações.

Temer decidiu permanecer em Brasília nesta sexta-feira e, segundo assessores, vai “trabalhar normalmente”. » Veja as categorias que devem aderir à greve de sexta-feira A avaliação de interlocutores que estão monitorando os preparativos da greve é que - pelo menos nas redes sociais - há uma divisão forte daqueles que apoiam e dos que se mostram contrários ao movimento.

Outra avaliação é que os movimentos serão restritos às grandes cidades e que a paralisação de transporte e escolas não deve resultar em um número maior de pessoas nas ruas.

Ponto Em uma clara mudança de postura em relação ao governo petista, que na avaliação do Planalto era “complacente e tolerante” com as greves, o presidente Michel Temer já havia informado que haverá corte de ponto dos grevistas.

A nova conduta, deixando de lado o que chamam de “república sindicalista”, foi acertada na segunda-feira, durante a reunião de Temer com os ministros políticos, convocada para tratar da votação das reformas.] » Teresa Leitão vai aderir à greve e fechar o gabinete na Alepe nesta sexta-feira » Líder do governo Paulo Câmara pede mobilização para ‘greve geral’ nesta sexta » MPT divulga nota em apoio a ‘greve geral’ Na reunião, um dos ministros perguntou sobre como o Planalto trataria o tema e o ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira, foi contundente ao responder que “tem de cortar o ponto”, no que foi apoiado por Temer e os demais ministros.