Depois de o líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Sílvio Costa Filho (PRB), acusar o governador Paulo Câmara (PSB) de usar o apoio à reforma da Previdência como uma “moeda de troca” entre Estado e União, o socialista foi defendido por aliados.
O deputado Waldemar Borges (PSB), ex-líder governista, acusou o colega de Casa de “faltar com a verdade e tentar omitir suas próprias contradições”.
O parlamentar lembrou que o PRB teve 15 votos a favor da reforma trabalhista e quatro contrários e disse que Sílvio Filho não diz de que lado está. “Talvez ainda não esteja perfeitamente assenhorado da doutrina que abraçou”, afirmou. “Prefere ficar na ‘muda’, bem ao estilo dos que vivem pulando de um lado para o outro, catando viabilização para projeto majoritário ‘onde couber’.” LEIA TAMBÉM » Silvio Costa Filho critica postura de Paulo Câmara em relação à previdência » Líder da PSB na Alepe diz que oposição deveria cobrar de Armando posição sobre reformas » Aliado de Armando diz que Paulo Câmara é frágil e fica em cima do muro sobre reformas Em nota divulgada depois de o PSB fechar questão contra as reformas da Previdência e trabalhista, Paulo Câmara afirmou que há a necessidade de mudanças e que a decisão do partido seria precipitada.
O próprio partido se dividiu nacionalmente e teve que liberar a bancada durante a votação da reforma trabalhista na comissão especial na Câmara dos Deputados.
Nesta quinta-feira, quatro deputados, incluindo a líder da bancada, Tereza Cristina, foram punidos perdendo os cargos que tinham em seus estados por terem votado a favor da medida no plenário. » Paulo Câmara destoa da bancada e defende a reforma da Previdência com diálogo Waldemar Borges enfatizou que “o reconhecimento da necessidade de se fazer reformas institucionais não significa concordar com o conteúdo das propostas apresentadas pelo governo federal” e disse que as críticas de Sílvio Costa Filho foi uma tentativa de “amesquinhar a discussão”. “O mais é a luta política rasteira de um grupo que já atracou em todos os portos da política pernambucana, oferecendo uma candidatura velha, já posta há várias décadas, que, por ausência de vinculação com qualquer tipo de projeto para o estado, nunca conseguiu se viabilizar”, disparou. » Presidente do PSB diz que fechamento de questão contra reformas está mantido » Após fechar questão contra reformas, PSB libera bancada em requerimento » Apoio ou recusa às reformas de Temer explicita racha no PSB de Pernambuco O socialista explicou que Paulo Câmara não concordou com o fechamento de questão para pedir mais diálogo sobre as propostas. “O fechamento de questão não ajuda na superação efetiva das contradições internas de uma legenda que está tendo a decência e a honestidade de reconhecer que precisa alinhar o posicionamento dos seus quadros, sobretudo os detentores de mandato”, alegou.
O deputado ainda opinou: “Na verdade, o país está atrasado décadas nessas discussões.
No que diz respeito ao mérito dos projetos apresentados pelo Governo, não há como aprová-los tal como enviados pelo Executivo.
Respaldar os projetos originais representa jogar a maior parte do ônus das reformas sobre os ombros dos que historicamente são chamados apenas na hora de pagar a conta dos privilégios das elites brasileiras”.
Para ele, a reforma trabalhista não evitou distorções e a previdenciária não pode ser aprovada sem corrigir as questões dos trabalhadores informais e dos beneficiários de prestação continuada - BPC, grupo que recebe um benefício de caráter assistencial.