A oposição ao governo Paulo Câmara não perdeu a oportunidade de criticá-lo, em função das discussões da polêmica reforma da Previdência, depois do encontro com Temer.
O objetivo è jogar o socialista no colo do presidente, que tem baixa popularidade, de olho nas eleições de 2018.
Na terça-feira, o governador do PSB surpreendeu até aliados socialistas ao hipotecar publicamente solidariedade às reformas, depois que a executiva nacional do seu partido disse que iria ficar contra as reformas.
Ocorre que, dividida, a bancada deve ignorar solenemente a orientação.
O tiro saiu pela culatra.
Como não pode abrir mão do apoio do PMDB, de Jarbas Vasconcelos e Raul Henry, o governador acabou apostando no pragmatismo, afastando-se das posições demagógicas dos deputados estaduais, como Tadeu Alencar e Danilo Cabral, os dois funcionários público e eleitos com o voto de corporações.
Veja abaixo a nota oficial do deputado estadual Silvio Costa Filho. “Governador, futuro dos brasileiros não pode ser moeda de troca” Silvio Costa Filho Deputado Estadual As reformas trabalhistas e da previdência, que mexem com a vida de milhões de brasileiros, não podem ser usadas como moeda de troca entre União e Estado.
A troca de favores é a pior forma de fazer política, mas foi exatamente assim que agiu o governador do Estado de Pernambuco, Paulo Câmara, contrariando seu partido, o PSB, quando resolveu empenhar seu apoio pessoal à reforma trabalhista e condenar a posição da executiva de sua legenda em relação à reforma da previdência.
Em troca, o governador de Pernambuco recebeu como aceno um possível aval do Governo Federal para que o Estado possa contrair empréstimo externo.
Sabemos do descontrole das contas do Estado, cada vez mais dependente de fontes extraordinárias de receitas, mas a autorização para a contratação de empréstimos ou qualquer outra benesse oferecida pelo Governo Federal não pode vir em troca do futuro da nossa população, a partir de uma reforma apresentada de forma açodada e sem diálogo com a sociedade.
O governador Paulo Câmara deveria estar concentrando em discutir a questão da previdência do Estado.
O que ele pensa sobre a reforma da previdência?
Qual a sua posição sobre a previdência estadual ?
No lugar disso, o governador expõe mais uma vez sua completa falta de liderança e de articulação com sua base e, inclusive, com o próprio PSB pernambucano.
O tema é complexo e requer ampla discussão.
Não pode ser usado em troca de favores da União, reproduzindo a forma mais ultrapassada de se fazer política.