Réu na Operação Lava Jato, o ex-presidente Lula (PT) chamou 87 testemunhas para depor em um dos processos.

O juiz Sérgio Moro, responsável pelo caso, exigiu a presença dele em todas as oitivas, mas admitiu depois que pode rever a decisão.

Depois disso, o petista criticou o magistrado em entrevista ao SBT exibida nesta quarta-feira (26) e afirmou que essa é uma “proposta de barganha” para que ele reduza o número de pessoas, o que negou que vá fazer. “Para mim não tem problema.

Se for necessário, eu mudo para Curitiba, fico lá o tempo necessário para esperar o julgamento.

Mas a gente não vai abrir mão de uma testemunha que nós julgamos necessária para esclarecer a opinião pública o que está acontecendo no País”, disse Lula.

O ex-presidente ainda frisou que não caberia a Moro julgar a quantidade de pessoas ouvidas, e sim a qualidade dos depoimentos.

TV JORNAL » Em entrevista ao SBT, Lula afirma que vai se candidatar em 2018 O petista acusou Moro de informar primeiro o andamento dos processos à imprensa, não à defesa. “O juiz subordinou o sucesso da operação à criminalização das pessoas na opinião pública pela imprensa.

Primeiro a imprensa sabe, execra as pessoas pela opinião pública e depois facilita o trabalho de condenação das pessoas”, disse. “O grande problema da Lava Jato é que eles se subordinaram aos meios de comunicação para obter sucesso.

Eles estão reféns dos meios de comunicação e esse negócio não pode acabar com uma manchete absorvendo Lula.

Então resolveram fazer esse show de pirotecnia levando Odebrecht.” Tríplex no Guarujá e sítio em Atibaia Lula voltou a negar ser dono do apartamento no litoral de São Paulo que teria sido reformado com dinheiro de contratos da construtora OAS com a Petrobras e ironizou a acusação. “Você já foi à loja em que a sua mulher compra sapato?

Ela manda descer 40 sapatos, bota no pé e no fim não quer nenhum e sai.

Como fica o dono da loja?

P*** da vida com a sua mulher.

Se ela não comprou, o sapato não e dela.

Se eu não comprei, não e meu.

Se eu não paguei, não é meu”, disse.

O petista afirma que não há provas de que seria o dono do apartamento, ao contrário do que defende o Ministério Público Federal (MPF). “Se a OAS dá o tal do apartamento como garantia em vários empréstimos, o apartamento não pode ser meu.

Se eles (os procuradores que o acusaram) mentiram e não têm como sair da mentira, é problema deles, não é meu.” Lula disse que não frequentou eventos com empresários enquanto esteve na presidência. “Depois que eu deixei a presidência, eu tinha direito de fazer o que eu bem entender.

Tinha direito de ir na praia, na fazenda, porque eu não era mais homem público.

Eu era um ex-presidente e ex é que nem jarro chinês, não vale nada.”