Estadão Conteúdo - O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, manteve nesta quarta-feira (26) a decisão da executiva do partido de fechar questão contra as reformas da Previdência e trabalhista.

Com a posição, a líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina (MS), afirmou que vai “repensar” sua permanência na liderança.

Siqueira rejeitou apelo de deputados do partido para que a direção da legenda revisse a decisão de fechar questão.

Pelo menos 18 dos 35 deputados assinaram um documento pedindo para que a Executiva da sigla voltasse atrás e liberasse a bancada nas votações.

LEIA TAMBÉM » Apoio ou recusa às reformas de Temer explicita racha no PSB de Pernambuco » Após fechar questão contra reformas, PSB libera bancada em requerimento » Paulo Câmara destoa da bancada e defende a reforma da Previdência com diálogo O presidente do PSB afirmou que não há como rever uma decisão que teve apoio de “quase 95%” da Executiva.

Ele disse que não vai punir os deputados que votarem a favor das reformas, mas eles poderão ser alvos de ações no conselho de ética na sigla movidas pelos correligionários.

Um deputado próximo a Siqueira afirmou também que os parlamentares que votarem com o governo poderão até não ser expulsos do partido, mas poderão ser punidos de outras maneiras, perdendo cargos nas diretorias estaduais da sigla, por exemplo.

Ameaça A decisão de Siqueira de manter o fechamento de questão foi anunciada durante reunião com deputados nesta quarta-feira.

Segundo apurou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, com pessoas que participaram da reunião, a líder do PSB na Câmara chegou a chorar e a ameaçar não só deixar a liderança, como sair do partido. “Disse apenas que vou repensar minha posição como líder”, afirmou Tereza em entrevista, após o encontro.

Ela disse que só tomará qualquer decisão após conversar com a bancada. “Preciso conversar com minha bancada.

Sou líder de todos, não sou líder de mim mesma”, declarou. » Após PSB ficar contra reformas, Raul Henry reafirma posição em defesa de Temer » Com saudade do tempo que era satélite, decisão do PSB sobre reformas faz o jogo do PT » Ao sabotar reformas, objetivo do PSB é tentar gerar efeito dominó Se ainda estiver como líder, Tereza informou que orientará o voto contra as reformas, mas que pessoalmente votará favoravelmente. “Disse a ele (Siqueira) que minha posição é muito difícil.

A bancada está dividida”, afirmou a parlamentar sul-mato-grossense.

Uma eventual saída de Tereza da liderança do PSB pode ser ruim para o governo.

Isso porque ela é bastante ligada ao ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, que é da ala do partido que defende a manutenção da aliança da sigla com o governo Michel Temer.

Tereza já chegou inclusive a ser vice-líder do governo na Câmara.